O Centro de Internação Provisória tem capacidade para abrigar 16 adolescentes infratores, mas está com quase o dobro disso. Já são 31 internos abrigados em quatro celas. Em três anos de funcionamento, o CEIP já recebeu 229 adolescentes infratores, sendo que 44 eram reincidentes. Roubo, tráfico de drogas e homicídio e tentativa de homicídio são os principais atos infracionais cometidos pelos adolescentes. E o Jardim Esperança lidera a estatística por bairros com 32% do total de adolescentes apreendidos.
Preocupada com esses números, a direção do CEIP decidiu comemorar o aniversário de três anos debatendo com a sociedade alternativas para reduzir os índices de criminalidade infantojuvenil. Os participantes foram convidados a falar sobre as causas da criminalidade entre crianças e adolescentes e a sugerir ações para reduzir o problema.
Entre os problemas apontados como causa para o crescimento da criminalidade entre crianças e adolescentes está a falta de estrutura das famílias, consumo de álcool e drogas e falhas nos serviços voltados para o público infantojuvenil.
Foram apresentadas propostas como a implantação de um CAPS Infantil, implementação dos sistema semi-aberto para adolescentes infratores, criação de uma rede de solidariedade para trabalhar com as famílias, maior oferta de lazer e profissionalização para os jovens do município, elaboração de uma diagnóstico para descobrir a realidade da criminalidade infantojuvenil e a realização de uma força-tarefa no bairro Jardim Esperança. Essas propostas foram aprovadas e deverão ser implementadas ao longo do tempo.
O diretor do CEIP, José Pinto, disse que a intenção é envolver a comunidade na busca de soluções para a criminalidade infantojuvenil na cidade. “O Governo Federal pode ajudar, o Governo Estadual pode ajudar, mas é certo que os problemas da cidade terão que ser resolvidos pelos moradores da cidade”, alertou o diretor.
A iniciativa foi elogiada pelos participantes que se comprometeram em participar de uma rede que irá trabalhar em prol da redução da criminalidade infantojuvenil em Patos de Minas.
Autor: Maurício Rocha
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