Prefeitos da região são investigados por fraude na compra de medicamentos

O Ministério Público Estadual pediu a prisão preventiva de 23 prefeitos de cidades mineiras

O Ministério Público Estadual pediu a prisão preventiva de 23 prefeitos de cidades mineiras suspeitos de participarem de um esquema de fraude em licitações para a compra de medicamentos e materiais hospitalares. O golpe envolve 34 empresas e mais 99 servidores públicos e 45 empresários e representantes comerciais. No total 167 pessoas foram denunciadas na quarta-feira passada pela Procuradoria Especializada em Crimes de Agentes Municipais ao Tribunal de Justiça. Mas o número de cidades e de envolvidos deve ser bem maior, pois ainda estão em curso investigações em outros 83 municípios de Minas.

A lista inclui o prefeito de Ibiá, Paulo José da Silva, do PSDB, o prefeito de São Gonçalo do Abaeté, Fabiano Magella Lucas de Carvalho do PP, o prefeito da cidade de Tapira, Raimundo Venâncio do PTB e o prefeito João Pereira Brandão Neto do PMDB de Varjão de Minas.

De acordo com matéria pública na edição deste domingo do Jornal Estado de Minas a maioria das cidades envolvidas é pobre e pequena. As licitações investigadas somam R$ 6.966.261,00. Desse total, 14%, ou exatos R$ 986.929,00, foram desviados para o pagamento de “comissões”, segundo o Ministério Público. Em muito dos casos investigados, os medicamentos e materiais hospitalares e odontológicos não eram entregues na quantidade prevista, estavam com a validade vencida ou não tinham rótulos nas embalagens. As licitações geralmente apresentavam preços bem abaixo do mercado. Em alguns casos, servidores municipais pegavam medicamentos diretamente nas distribuidoras antes mesmo de a licitação ter sido concluída.

As investigações foram batizadas de Operação 40 em referência ao percentual cobrado por alguns prefeitos e representantes comerciais em cima dos valores licitados. As irregularidades foram constatadas por meio de escutas telefônicas autorizadas pela Justiça e documentos e computadores apreendidos por ordem judicial nas dependências das empresas denunciadas. As conversas gravadas legalmente e obtidas pelo Jornal Estado de Minas revelam o modo de atuação da quadrilha e a desenvoltura com que ela atuava dentro das prefeituras.

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