Foto: Juarez Souza

Aquele velho ditado “mente ociosa é oficina do diabo” nem sempre condiz com a realidade. Entre uma atividade e outra, o cérebro precisa de descanso para não ter a atividade comprometida. Até ações simples, que muitos acham inofensivas, como ver televisão, por exemplo, precisam de intervalos. Depois de 3h em frente a telinha, o estresse começa a surgir. No ambiente de trabalho então, como a maioria dos brasileiros tem carga horária de 6h, 8h e até 12h por dia, o estresse acaba afetando 90% da população, de acordo com a Organização Mundial da Saúde, e em 2020 será a segunda principal causa de afastamento dos trabalhadores. Tirar alguns minutos de descanso, identificar e compreender as situações que mais causam o transtorno é essencial para manter o bem-estar.

Segundo a coordenadora comercial Sônia Bernardes, o trabalho excessivo a deixa agitada durante a noite e quanto mais cansada, mais dificuldade tem para dormir. Quando chega em casa, ainda impaciente, o relacionamento com os filhos e marido acaba também sendo prejudicado. “Eu dedico também pouquíssimo tempo para mim, não fico sozinha. Sou impaciente no trabalho. Não percebo impaciência dos funcionários comigo, o que deve ser grave, porque acho que provoco paralisia neles”, afirmou Sônia. . “As pessoas não conseguem mais se ouvir. Elas chegam em casa e ligam o rádio e a TV ao mesmo tempo e não param quietas nunca. Estão sempre no piloto automático e, assim, fica difícil se autoconhecer”, disse a médica Tânia Alvares.

Correr no trabalho em busca de resultados no fim do mês talvez não seja o melhor caminho. Segundo a médica Tânia Alvares, adultos com estresse crônico apresentam desempenho 50% inferior em testes cognitivos em relação aqueles com baixo nível de estresse. Submeter o cérebro a uma mesma tarefa ininterruptamente causa fadiga mental e compromete a capacidade de processamento e memorização das informações. “Após trinta minutos com fones de ouvido, por exemplo, a pessoa deve fazer outra atividade na meia hora seguida, uma boa opção para melhorar o desempenho é fazer meditação. Esta terapia inspirada pela Medicina Antroposófica proporciona as pessoas um encontro com a paz interior e o equilíbrio”, afirma Tânia Helena.

Haja Paciência

Considerada uma das sete virtudes da humanidade, a paciência é uma boa arma para enfrentar a rotina alucinada. Quem sabe esperar pode viver mais e melhor, afinal, é capaz de enfrentar problemas de forma mais consciente e clara e não se deixa abater por qualquer imprevisto. Também consegue ter maior tolerância nos relacionamentos afetivos e falar menos bobagem, pois pensa antes de dizer alguma coisa que possa ofender. “A paciência é a ciência da paz. Autocontrole, autoconhecimento e equilíbrio emocional são processos que requerem um investimento pessoal como ler bons livros e fazer tratamentos médicos e psicológicos. Meditação, massagem, florais, ioga harmonizam o físico, a vitalidade e o emocional”, afirma a psicóloga Lidiane Freitas.

Investimento pessoal também exige paciência, pois a paz interior não vem de mão beijada, nem em poucos minutos de meditação. Tornar-se uma pessoa mais tranquila depende, sobretudo, de dedicar tempo para si mesmo, para pensar na vida e ficar em silêncio. “O caminho é cuidar do corpo físico, alimentação, sono, ritmo de vida”, disse a médica Tânia Alvares.

O Cérebro aguenta permanecer na mesma atividade sem comprometer seu desempenho:
Dirigir - 6h
Assistir à televisão – 3h
Ler – 3h
Jogar videogame – 1h