O tribunal do Júri condenou, na noite desta terça-feira (22), dois dos três acusados de matar e ocultar o cadáver do proprietário de aplicativo de corridas Lucas de Cássio Batista do Nascimento em maio de 2020. Lucio Flávio Silva Borges e Raylan Bebiano dos Santos foram condenados a 15 anos e 20 dias de prisão inicialmente em regime fechado. Eles já se encontravam presos. O terceiro acusado, Lucas Fernandes da Silva, será julgado em outra oportunidade a pedido de sua advogada.

Os jurados que compunham o tribunal do juri entenderam que os acusados cometeram homicídio qualificado, além de furto qualificado e ocultação de cadáver. Em um primeiro momento, eles foram denunciados pelo crime de latrocínio, ou seja, roubo seguido de morte. Entretanto, o próprio Ministério Público não reconheceu a denúncia. A defesa tentou decotar as qualificadoras, mas não conseguiu convencer os jurados.

O crime:

Segundo o tenente Makson, que comandou os trabalhos da Polícia Militar, os três acusados tiveram algumas contradições, mas confessaram o crime. Eles contaram que estavam em uma escadaria no bairro Céu Azul quando receberam uma mensagem de Lucas informando que estava chegando de Belo Horizonte com algumas prostitutas e que era para eles levarem drogas.

Não havia prostituta nenhuma, mas havia drogas e os três jovens entraram no carro e chamaram Lucas para irem até a casa do primo de um deles nas Chácaras Pôr do Sol. Foi lá que o motorista foi assassinado. Quem desferiu os golpes de faca foi Lúcio Flávio. Ele é servente de pedreiro e chegou a ser preso no serviço.

Segundo o tenente Makson, o rapaz já estava planejando matar Lucas por causa de uma dívida de R$ 2 mil, mas não queria cometer o crime sem antes receber dele. Nesta noite, Lúcio, viu a possibilidade de roubar a droga que Lucas teria trazido de Belo Horizonte e ainda se vingar. Segundo Ministério Público, Lúcio Flávio estava no banco de trás do carro e desferiu cerca de 10 facadas na vítima. Um dos golpes chegou a atingir a mão de Lucas Fernandes causando um grave ferimento.

Após o assassinato, Lucas, Lúcio Flávio e Raylan colocaram o corpo da vitima no porta-malas do carro e levaram Lucas, que sofreu um corte na mão, até a UPA para receber atendimento. Depois disso, eles passaram a arquitetar o que fariam com o corpo. Chegaram a comprar gasolina para queimar o motorista, mas desistiram. Eles acharam melhor jogar o corpo no meio do mato, onde foi localizado.

Os militares conseguiram chegar até aos envolvidos depois de encontrarem o carro da vítima em uma rua no bairro Nossa Senhora das Graças. Um adolescente estava no veículo e colaborou com as autoridades para que o restante dos envolvidos fossem presos.