O processo referente ao crime brutal que chocou Patos de Minas está chegando a seus momentos finais. A defesa de Pedro Queiroz Gonçalves entrou com Habeas Corpus alegando que ele possui insanidade mental, mas a justiça em Patos de Minas indeferiu. Pedro foi denunciado por golpear sem piedade no dia 5 de outubro de 2017 os irmãos Darc Raab de Souza, Abner Calebe de Souza e Damaris Souza do Nascimento. Pedro responde por 3 crimes gravíssimos preso no Presídio Sebastião Satiro.

A defesa alegou que, após conversa com parentes do réu, percebeu-se que ele apresenta dupla personalidade, geralmente sereno e tranquilo, outras vezes totalmente descontrolado, praticando autoflagelo e por vezes tentando suicídio. No presídio, Pedro se trata com remédios à base de carbonato de lítio e risperidona que seriam indicados para quem sofre de transtorno bipolar, psicose, esquizofrenia aguda, depressão, tratamento de episódios maníacos e outras doenças.

Uma entrevista com um médico psiquiatra também foi anexada aos autos em que o especialista diz que Pedro não pode ser considerado normal. O encaminhamento da psicóloga do Presídio Sebastião Satiro aponta que Pedro “sempre teve depressão maior com sintomas psicóticos, refere-se a vozes de comando, seu comportamento pode chegar a impulsividade e agressividade devido a baixa limiar para frustrações e, impulsionado pelas alucinações auditivas, tem dificuldade para se conter”. Diz ainda que ele apresenta sinais de arrependimento e inteligência acima da média.

E alegou mais. A defesa de Pedro diz que ele apresentou declarações desconexas e esquecimento de fatos recentes. No entanto, o Ministério Público manifestou pelo indeferimento do reconhecimento dos transtornos, visto que não há comprovação de que no momento dos fatos ele apresentava tais doenças. Segundo o MP, Pedro não fazia qualquer tratamento psiquiátrico antes dos crimes. E foi nesse sentido que a justiça entendeu, não vendo dúvida acerca da higidez mental do acusado à época dos fatos. No dia da prisão, ele concedeu entrevista exclusiva para o Patos Hoje.

A audiência de Instrução e Julgamento já foi realizada, quando foram ouvidas as testemunhas. O processo já conta com 3 volumes chegando a quase 600 páginas. Há depoimentos, petições, fotos da perícia técnica no local do crime, conversas de telefone e diversos diálogos entre ele e Darc pelo whatsapp. O Promotor de Justiça Paulo César Freitas denunciou Pedro por homicídio quadruplamente qualificado, tentativa de homicídio também quadruplamente qualificada e outro homicídio triplamente qualificado. As penas podem chegar a 30 anos de reclusão pra cada um dos crimes.