O ministro das Relações Exteriores da Venezuela, Jorge Arreaza, negou que haja um golpe militar em andamento para depor o presidente Nicolás Maduro e acusou o líder da oposição Juan Guaidó de operar sob ordens de Washington.

Guaidó convocou um levante militar e facções armadas trocavam tiros fora de uma base aérea em Caracas nesta terça-feira, embora o incidente tenha se dissipado e não parecia ser parte de uma tentativa imediata da oposição de assumir o poder por meio da força militar.

“Não é uma tentativa de golpe dos militares. Isso é diretamente planejado em Washington, no Pentágono e Departamento de Estado e por Bolton”, disse Arreaza à Reuters em entrevista por telefone a partir de Caracas, referindo-se ao assessor de Segurança Nacional dos EUA, John Bolton.

“Eles estão liderando esse golpe e dando ordens a esse homem (Juan) Guaidó”, disse ele.

Arreaza disse que Maduro, que está no cargo desde 2013, tinha controle total do país com apoio do Exército.

“Ele está no seu lugar de comando como sempre e está no controle da situação. Ele está tomando decisões de governo todos os dias”, disse Arreaza, acrescentando que ele tinha falado com Maduro quatro ou cinco vezes nesta terça-feira.

Questionado sobre o porquê de Maduro não ter sido visto em público nesta terça, Arreaza respondeu: “Você verá o presidente Maduro com seu povo no (palácio presidencial de) Miraflores o quanto antes”.

Ele estimou que cerca de 30 ou menos integrantes das Forças Armadas tinham se aliado a Guaidó, que participou de protesto em Caracas acompanhado por dezenas de soldados armados. “Isso é 30 de cerca de 200 mil, então não é quase nada”, disse ele.

Fonte: Agência Reuters