OS BRUTAIS ASSASSINATOS de quatro pessoas — e não "três", diferentemente do divulgado na mídia: um fazendeiro, uma mãe e seus dois filhos (um nascituro de 4 meses e uma mocinha de apenas dois aninhos) — chocaram o país no domingo (28). Desde então, a caçada ao assassino, encerrada hoje, recebeu atenção dos veículos de comunicação em tempo integral, lembrando a cobertura jornalística dedicada ao cerco ao Lázaro, ocorrido recentemente no mesmo estado, Goiás.

O que não foi dito, e o leitor não sabe, é que tais mortes poderiam ter sido evitadas. Wanderson Mota Potássio, assassino confesso que se entregou hoje à polícia, estava preso pela morte de um rapaz em 2020, Maurício Lopes Mariano, taxista de São Gotardo. O crime causou comoção popular pela crueldade da execução: totalmente indefeso, o jovem trabalhador fora amarrado em uma árvore, torturado e covardemente retalhado até a morte.

Em fevereiro deste ano, o juiz de direito Serlon Silva Santos, de Patrocínio, designou audiência para oitiva de Wanderson, de outro comparsa no latrocínio, Luiz Henrique Faria Silva, e dos policiais que efetuaram as capturas. Contudo, para surpresa, desespero e revolta da família da vítima, os bandidos foram colocados na rua sem julgamento, sem que a audiência fosse realizada e sem que a Defensoria Pública apresentasse qualquer alegação em favor dos réus.

No dia 9 de março, data dos depoimentos, não havia expediente forense em razão da pandemia e o ato processual foi cancelado. O magistrado ordenou, ainda, a SOLTURA dos réus, a fim de evitar-se “CONSTRANGIMENTO ILEGAL”, dada a impossibilidade de designar nova audiência em “prazo razoável”.

“Em razão da situação epidemiológica classificada como ‘onda roxa’, causada pelo novo coronavírus (...), DETERMINO A IMEDIATA LIBERAÇÃO DOS ACUSADOS", despachou o magistrado. Infelizmente, para tragédia das vítimas (foto), assim é a Justiça em nosso país. Se ele tivesse permanecido preso quatro vidas inocentes teriam sido poupadas.

 

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