Terminou nesta madrugada um dos julgamentos mais esperados nos últimos anos em São Gotardo, o dos acusados pelo assassinato de Miguel Rivail Amaro de Oliveira. O crime, ocorrido em 2006, chocou a população e teria sido encomendado pela esposa e sogro da vítima. O julgamento começou nesta sexta-feira, 13, às oito e meia da manhã.

O acesso ao plenário, bastante concorrido, só foi permitido mediante apresentação de credenciais, distribuídas preferencialmente aos familiares de vítima e réus. Apesar da grande repercussão do caso, a defesa não pediu a remessa do processo para outra comarca (desaforamento). A viúva foi condenada a 25 anos e seu pai, já idoso, assumiu a autoria e foi condenado a 18 anos. Afirmou ter encomendado a morte do genro para “lavar a honra” da filha.

O pistoleiro, vulgo “Domingão” (foto), recentemente recapturado após uma ação conjunta das polícias civil e militar de Patos de Minas e São Gotardo, foi condenado a 21 anos. Acusado de cobrar 10.000,00 pelo serviço, ele nega a co-autoria. A defesa vai recorrer da sentença.

A vítima foi encontrada em seu apartamento, e havia indícios de suicídio por enforcamento. O casal estava se separando, e de acordo com a acusação, a esposa não queria dividir o patrimônio. Os réus foram descobertos no ano seguinte, após outro homicídio com as mesmas características. O corpo de um engenheiro agrônomo, também de sólida situação financeira, foi encontrado com as mãos e pescoço atados.

A mulher do engenheiro foi presa, confessou o crime e aguarda julgamento. Ela entregou a viúva, que lhe teria indicado o matador de aluguel. Desde então, ambas dividem a mesma cela na cadeia pública local.