A Enel (Entidade Nacional de Eletricidade) comunicou a
substituição do seu presidente no Brasil, Nicola Cotugno, nessa quinta-feira
(23). A mudança, segundo a companhia, estava prevista desde outubro e se refere
à aposentadoria do dirigente que estava no cargo nos últimos cinco anos. A
saída ocorre 20 dias após mais de 2,1 milhões de paulistas ficarem sem energia,
alguns por mais de sete dias, em razão de um forte temporal que atingiu o
estado, causando transtornos (foto) para a população.
Cotugno será substituído por Antonio Scala, executivo que já
estava na empresa. Segundo a Enel, o então presidente prorrogou a saída para 22
de novembro para “apoiar o processo de substituição e as recentes
contingências”. Até que sejam concluídos os trâmites administrativos para
nomeação de Scala, o presidente do Conselho de Administração, Guilherme Gomes
Lencastre, assume o cargo interinamente.
A empresa atende mais de 15 milhões de clientes em
distribuidoras nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Ceará.
Crise
No dia 16 de novembro, o prefeito de São Paulo, Ricardo
Nunes, pediu à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) o rompimento do
contrato com a Enel, concessionária que distribui energia na cidade. Segundo o
prefeito, além da interrupção do fornecimento de energia após o temporal do dia
3 de novembro, a empresa tem demorado a fazer ligações em obras municipais.
“O que eu pedi para a Agência Nacional de Energia Elétrica é
que cancelasse o contrato com a Enel. Não é só por conta dessas chuvas e das
rajadas de vento do dia 3 de novembro. A gente já vinha, há um tempo,
discutindo com a Enel uma série de questões”, disse Nunes em entrevista.
A Enel é alvo de Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI),
uma na Câmara Municipal de Vereadores, criada após o apagão de novembro, e uma
na Assembleia Legislativa, instalada em maio para “apurar possíveis
irregularidades e práticas abusivas”.
O Ministério Público de São Paulo (MPSP) também instaurou
inquérito para apurar o caso. A procuradoria propôs um Termo de Ajustamento de
Conduta (TAC) à Enel no dia 8 de novembro em que a empresa deveria se
comprometer com a indenização de mais dos mais de dois milhões de consumidores.
A medida evitaria que o MPSP ajuizasse uma Ação Civil Pública. O termo, se for
formalizado, prevê que a empresa vai aumentar investimentos para reduzir os
episódios de desabastecimento.
A Enel tem 15 dias para responder ao TAC. A Agência Brasil questionou a Enel e o MPSP sobre a assinatura do termo e aguarda retorno.
Fonte: Agência Brasil
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