A empresa resultante da fusão das gigantes petroleiras Shell e BG deverá quadruplicar a produção de óleo e gás no Brasil até o fim da década, transformando o país no principal mercado de exploração e produção da companhia, afirmou nesta segunda-feira o presidente global da multinacional, Ben van Beurden.

Atualmente, as duas empresas produzem juntas cerca de 240 mil barris de óleo equivalente por dia (boed) no país, segundo os últimos dados publicados pela Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).

A BG produziu 205.572 boed em dezembro no Brasil, segundo a ANP, enquanto a Shell extraiu 34.471 boed.

"O Brasil será um dos três principais países para a Shell e, em uma perspectiva de upstream (exploração e produção), provavelmente será o país mais valioso em nosso portfólio", disse Beurden, em conferência de imprensa sobre a fusão, que passa a vigorar nesta segunda.

"As duas companhias juntas deverão quadruplicar (a produção) até o fim desta década", disse o executivo, em visita ao Rio de Janeiro.

Um dos projetos que deverá ajudar a Shell a ampliar sua produção no país é a área de Libra, no pré-sal, na qual a empresa é sócia da Petrobras e de outras companhias e que tem o primeiro fluxo de óleo esperado para 2017.

Devido às parcerias anteriores da BG com a Petrobras, a Shell passa a ser a principal sócia da estatal no pré-sal.

A área de exploração está no foco principal da Petrobras, que vive um dos momentos de crise financeira mais difíceis de sua história, lutando para equacionar uma dívida bilionária.

O executivo destacou que as áreas do pré-sal no Brasil deverão ter equilíbrio financeiro mesmo com os preços do petróleo previstos para o ano.

Segundo Beurden, os valores da commodity podem se estabilizar no fim deste ano, possivelmente motivando alta das cotações.

Fonte: Agência Reuters