O Senado aprovou, na noite dessa terça-feira (24), o projeto
de lei que amplia o sistema de cotas na rede de ensino federal. O texto
aprovado na Câmara dos Deputados foi mantido integralmente, depois de oito
emendas apresentadas em plenário terem sido rejeitadas. O texto segue para
sanção presidencial.
Entre as mudanças previstas estão a inclusão de quilombolas no texto da Lei 12.711/12, que reserva 50% das vagas em universidades e institutos federais para estudantes de escolas públicas. A metodologia também terá atualização anual nos percentuais de pretos, pardos, indígenas, quilombolas e pessoas com deficiência, assim como nos critérios socioeconômicos, como renda familiar e estudo em escola pública.
Após a decisão do congresso, a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, comemorou a decisão em suas redes sociais. “Que vitória a aprovação do aprimoramento da Lei de Cotas no Senado. Trabalhamos incansavelmente para defender essa política, que é a maior ação de reparação do nosso país. As cotas abrem portas e vão seguir abrindo!”
A matéria aprovada prevê que os critérios raciais sejam
aplicados nas vagas que consideram a renda familiar e também nas vagas gerais,
assim os candidatos cotistas só entrarão pela reserva de vagas se não forem
aprovados nas vagas gerais.
Quanto aos critérios socioeconômicos, a classificação para
cotistas passa a considerar estudantes em famílias com renda de até um salário
mínimo por pessoa, atualmente R$ 1.320 e não mais 1,5 salário mínimo, como era
anteriormente. As vagas de cota serão distribuídas entre os grupos raciais e
pessoas com deficiência, conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE), incluindo os quilombolas, que passaram a fazer parte da
contagem no último Censo.
A atualização anual dos percentuais raciais e de pessoas com
deficiência recebeu uma metodologia para os próximos três anos após a
divulgação do resultado do Censo. Com isso, será possível calcular a proporção
de vagas gerais e das reservas que serão destinadas a pretos, pardos,
indígenas, quilombolas e pessoas com deficiência.
O texto determina ainda a elaboração e divulgação de relatórios que permitam a avaliação do programa a cada dez anos.
Fonte: Agência Brasil
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