Após ouvir o Secretário de Agricultura, Francisco José Moura Mendonça, quatro vereadores votaram pela instauraram da CPI.
Os patenses verão mais de perto algo geralmente visto só no cenário nacional. Isso porque uma Comissão Parlamentar de Inquérito -CPI- foi instaurada na tarde desta quarta-feira (14) em Patos de Minas. Após ouvir o Secretário de Agricultura, Francisco José Moura Mendonça, quatro vereadores votaram pela instauraram da CPI para apurar os desvios de dinheiro da Ceasa Regional.

Depois do conhecimento dos vereadores sobre os desvios de recursos, Francisco Mendonça foi convocado pela Câmara Municipal para prestar esclarecimentos e deu seu depoimento. Ele se isentou da culpa pelo desvio dizendo que Edgar Pinheiro, o diretor que teria confessado a fraude, gozava de plena confiança e que tal funcionário era o responsável pelo depósito do dinheiro arrecadado no Ceasa.

O vereador Batista Miúdo fez seus questionamentos e perguntou ao secretário se o dinheiro desviado vai ser devolvido. O secretário não soube responder. Isaías Martins ponderou se houve em algum momento desconfiança por parte dele. O secretário contou que o servidor foi nomeado pela Prefeita Béia Savassi e exercia um cargo de confiança não gerando qualquer suspeita.

O parlamentar Sílvio Gomes de Deus questionou porque a fraude não foi descoberta antes e porque não houve resposta ao requerimento dos vereadores que pediram prestação de contas no mês de novembro do ano passado e até agora não teve resposta. O secretário informou que não tinha como saber do desvio, pois Edgar era o responsável pelo depósito.

O vereador Itamar fez seu questionamento dizendo que o problema pode ter acontecido muito antes. Segundo ele, o desvio pode ter começado em março de 2010. O responsável pela agricultura do município disse que realmente o prejuízo pode ser maior do que o que foi anunciado e assumiu que o desvio só foi descoberto por causa do requerimento dos vereadores.

Dalva Mota leu a resposta de outro requerimento feito ao secretário em que as informações davam conta de que Francisco Mendonça sempre controlava de forma rigorosa o que estava sob sua competência. Ela questionou a facilidade com que foram desviados os recursos e afirmou que faltou controle. Ela ainda questionou sobre outros problemas existentes na Ceasa.

O vereador João Bosco não concordou com a convocação do secretário para prestar esclarecimentos e lançou a ideia da instauração da CPI para apurar o que realmente aconteceu. Ele também contou que, pelos números apresentados no portal da transparência, algum problema já podia ter sido notado pela controladoria do município e pela tesouraria.

A vereadora Edimê falou que é um caso de polícia e que a reunião com o secretário não seria oportuna já que houve confissão de Edgar Pinheiro. O parlamentar, Pedro Lucas, questionou a credibilidade da comissão montada pela administração para apurar os fatos. Ele pediu o desligamento de alguns membros dessa comissão montada para apurar os fatos na esfera administrativa.

Por fim, a vereadora Dalva Mota que já tinha se manifestado junto com o vereador João Bosco em favor da CPI, receberam o apoio de Pedro Lucas e do vereador Sílvio Gomes de Deus, instaurando a CPI em Patos de Minas.

O dispositivo que serve para o legislativo apurar suposta irregularidade é pouco comum na cidade. A última CPI foi instaurada no ano de 2001para apurar irregularidades em convênio, malversação de recursos da Zona Azul, dilapidação do patrimônio e recursos da Secretaria de Trabalho e Assitência Social, ocorridos no ano de 1998.

Autor: Farley Rocha