Os detentos em prisão domiciliar ou liberdade condicional em Patos de Minas pareciam estar mesmo acostumados a descumprirem as determinações judiciais. Desde o início do Projeto Colheita, as Polícias Civil e Militar já flagraram 47 presos que estavam descumprindo as medidas impostas pela justiça. Nessa quarta-feira (17), mais cinco foram apresentados para a imprensa. A intenção principal é prevenir a ocorrência de novos crimes na cidade e contribuir para a ressocialização do detento.
O Projeto Colheita veio mesmo para ficar e já começou a criar uma nova cultura em Patos de Minas. Desde seu início, a justiça já expediu 24 mandados de prisão, sendo que 15 deles já foram cumpridos e os detentos acabaram tendo que voltar para atrás das grades. Nessa quarta-feira (16), foram apresentados Júlio Cesar de Oliveira, 37 anos, Luiz Fernando Fernandes, 26 anos, Márcio Teixeira Caixeta, 34 anos, João Paulo Magalhães, 26 anos, e Wallisson Fernandes de Araújo, 26 anos.
Todos eles foram flagrados descumprindo alguma determinação judicial como permanecer em casa durante a noite, não ingerir bebida alcoólica ou não consumir droga. Estes cinco se juntam a outros 10 que já haviam sido presos pelo mesmo descumprimento. E o trabalho não para por aí. Há nove que estão foragidos da justiça e outros 23 que as polícias já constataram o descumprimento e a ordem de prisão está perto de ser decretada.
De acordo com o Delegado Regional, Luís Mauro Sampaio, todo o sistema está empenhado em fazer com que os detentos cumpram as medidas judiciais. Polícia Militar, Polícia Civil, Poder Judiciário, Ministério Público e Sistema Prisional estão envolvidos no projeto. O delegado ressaltou que o trabalho não terá fim e que a intenção é prevenir a ocorrência de novos crimes e também evitar que os detentos sejam também vítimas. “Se estiverem descumprindo, vão voltar ao cárcere”, afirmou.
O Ten Cel Roberto Martins, Comandante do 15º BPM, informou que a Polícia Militar está fazendo a fiscalização nas residências dos detentos e que, caso for verificado o descumprimento, uma ocorrência será registrada e repassada para a Polícia Civil que tomará as demais providências. “No Brasil, entendo que as leis são meio “frouxas”. 85% dos presos são reincidentes. São sempre os mesmos”, exclamou. O oficial entende também que, com a prisão destes 15, em tese, vários crimes já foram prevenidos.
O diretor adjunto do Presídio Sebastião Satiro, Jean Carlos da Silva, reforçou o alto índice de reincidência e contou sobre o papel do presídio para a execução do projeto. “Para todo preso que recebe o benefício da prisão domiciliar ou liberdade condicional é feito um registro que é repassado para as Polícias Civil e Militar fazer a fiscalização. Atualmente, em Patos de Minas, temos mais de 100 detentos nestas condições”, informou.
Autor: Farley Rocha
