A exclusão de um grupo de Whatsapp, composto por um pastor e por membros de uma igreja evangélica frequentada por Rudson Aragão Guimarães, 39 anos, e a negativa de pedidos de empréstimo à ex-namorada, teriam sido o estopim para o massacre promovido pelo homem no último dia 21, em Paracatu, na região Noroeste do Estado.
A conclusão é da delegada Thays Regina Silva, presidente do inquérito que investigou os crimes cometidos por Rudson. Em menos de dez dias, a investigação apontou que Rudson - já longe das atividades de liderança exercidas na igreja por mudanças no comportamento - tentou difamar o pastor da congregação por meio das redes sociais.
"Ficou evidenciado que a motivação dos crimes foi realmente o afastamento da posição de liderança de uma célula religiosa. A partir daí, ele teria, indignado, começado a atribuir posturas inidôneas ao pastor e ele teria feito isso através de mensagens em grupos de whatsapp composto por integrantes da comunidade religiosa", afirmou.
Excluído de grupos virtuais administrados pelo religioso e ignorado por outros fiéis, o homem teria planejado o ataque.
"Talvez por isso ele não tenha se dirigido só ao pastor, mas a todo esse grupo de lideranças da igreja, e também à própria Heloísa, que continuou participando e atuante na comunidade religiosa", afirmou Silva.
Rudson foi preso em flagrante no mesmo dia da chacina pelas mortes da ex-namorada, Heloísa Vieira Andrade, 59, atacada no pescoço a golpes de canivete, Marilene Martins de Melo Neves, 52, Rosângela Albernaz, 49 e o pai do pastor - principal alvo de Rudson- Antônio Rama, de 66 anos. Os três foram assassinados a tiros que teriam sido disparados por Rudson.
O suspeito foi indiciado pelo quatro homicídios duplamente qualificados. "As quatro mortes foram cometidas por motivo torpe e sem possibilidade de resistência das vítimas". O homem também vai responder pela tentativa de homicídio do pastor, também duplamente qualificado.
Possibilidade de surto psicótico é descartada, afirma delegada
A hipótese de que o massacre ter sido cometido em função de um suposto surto piscótico foi descartada pela investigação. "Nós conseguimos delimitar que ele teria premeditado o crime e total capacidade de determinação durante a ação delitiva", contou a delegada Thays Regina Silva.
Carinhosa e atenciosa com ele, diz delegada sobre ex-namorada do suspeito
As investigações concluíram que outro ponto que possa ter acendido a ira de Rudson é a negativa da ex-namorada, Heloísa Vieira Andrade, 59 anos, em realizar empréstimos solicitados pelo suspeito.
"Isso pode ter potencializado o sentimento de ira do Rudson. Mas, mesmo sem fazer as vontade dele, o que foi demonstrado o tempo todo é que ela (Heloísa) era extremamente carinhosa, atenciosa e gostava muito dele", afirmou a delegada.
Suspeito de fornecer arma para atirar é preso durante investigações
Durante cumprimento de mandados de busca e apreensão em Paracatu na última terça-feira (28), a Polícia Civil localizou armas e munições de calibres restrito e permitido em um imóvel da cidade.
"No interrogatório desse autor preso ele esclarece que teria fornecido a garrucha calibre 36 , com munições, ao Rudson. Essa arma teria sido utilziada nos homicídios no templo religioso e para impor terror às vitimas que ali estavam", afirmou a delegada.
O ataque
No último dia 21, Rudson Aragão Magalhães, 39 anos, foi à casa da mãe dele, em Paracatu, na região Noroeste do Estado, onde estava a ex-namorada, Heloísa Vieira Andrade, 59. A jovem participava de um grupo de oração com a mãe do suspeito no momento que foi atacada pelo ex com golpes de canivete no pescoço.
Ao deixar o imóvel, Rudson se dirigiu à igreja evangélica da qual participava. Naquele dia, cerca de 20 pessoas participavam de uma reunião fechada para membros da comunidade religiosa.
Armado com um garrucha calibre 36 e dizendo palavras desconexas, segundo depoimento de testemunhas, Rudson derrubou a porta do templo e atirou na cabeça de Antônio, pai do pastor. O homem recarregou a arma e disparou contra a segunda vítima, Marilene.
Ao perceber a aproximação da Polícia Militar (PM), Rudson agarrou a terceira vítima, Rosângela, e fez refém. A PM tentou negociar com o homem, mas efetuou um novo disparo contra a cabeça da mulher que estava em seu poder.
Os militares reagiram e dispararam contra o atirador. O homem foi atingido na região da clavícula, foi socorrido a um hospital da cidade, onde passou por cirurgia.
No dia 25 deste mês, Rudson recebeu alta e foi encaminhado para o presídio da cidade.
Fonte: O Tempo
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