A Polícia Federal deflagrou, nesta sexta-feira (21), a Operação Zona Cinza, cujo alvo é uma organização criminosa que teria cometido crimes de falsidade ideológica, uso de documento falso perante a própria PF e o Exército Brasileiro, além de incitação ao crime, comércio, aquisição, posse e porte ilegais de armas de fogo.

A ação, que conta com a cooperação da Receita Federal, cumpre quatro mandados de prisão preventiva, 37 mandados de busca e apreensão, 11 ordens de suspensão das atividades de natureza econômica de pessoas jurídicas, sequestro de bens adquiridos a partir de 2019 e bloqueio de valores. Os mandados estão sendo cumpridos em Pernambuco, Alagoas e São Paulo.

A operação, segundo a PF, também bloqueou 14 páginas, perfis e canais de disseminação de conteúdo ilegal na rede mundial de computadores. As ordens judiciais foram expedidas pela 37ª Vara Criminal da Justiça Federal em Caruaru (PE), após representação da Polícia Federal e manifestação favorável do Ministério Público Federal.

Em nota, a Polícia Federal lembrou que a investigação começou em 2021, quando foi instaurado inquérito policial na Delegacia de Polícia Federal em Caruaru (PE) para apurar a informação de que um clube de tiro e uma loja de armas pertencentes ao mesmo grupo estariam ministrando cursos, prestando serviços de conserto, manutenção e customização de armas de fogo, executados por pessoas sem licença da PF para atuarem como armeiros, produzindo documentos ideologicamente falsos em nome de armeiros legalmente credenciados, mas que não mantinham vínculo com pessoas jurídicas.

“Ao longo da ação investigativa, foi identificada a existência de organização criminosa dedicada à produção de documentos ideologicamente falsos e seu uso para viabilizar e dar aparência de legalidade tanto ao comércio, quanto ao porte ilegais de armas de fogo.

O grupo utilizaria pessoas jurídicas como instrumentos para produzir entrevistas, vídeos e outros conteúdos e difundir em nome delas, sobretudo por meio da internet, publicidades ilegais para a venda, estimulando o uso indiscriminado de armas de fogo e incitando a prática de crimes”, acrescentou a PF.

Na ação de hoje os agentes querem identificar outros envolvidos e confirmar o modus operandi do grupo investigado sobre a execução de fraudes contra os sistemas dos órgãos públicos de fiscalização e controle. “Conforme a apuração, os esquemas delitivos seriam operados através do registro de cidadãos, mediante declarações falsas de que seriam caçadores, colecionadores e/ou atiradores desportivos, isso para possibilitar a aquisição e o porte de armas de fogo de maneira ilegal”, detalhou a PF.

Crimes

Os investigados poderão responder, na medida de suas responsabilidades, pelos crimes de pertencimento a organização criminosa, falsidade ideológica, uso de documento falso, porte ilegal de arma de fogo, comércio ilegal de arma de fogo, dentre outros crimes. Além de pagamento de multa, as penas somadas podem chegar a 30 anos de reclusão.

Fonte: Agência Brasil