A Polícia Civil de Minas Gerais deflagrou, em Patos de Minas, a maior Operação registrada na região de combate a falsificação de documentos. O foco principal foi a adulteração de carteiras de estudantes. Mais de 1140 casos de falsificação foram identificados e o número pode ser muito maior. Foram apreendidos carteiras em branco e materiais para adulteração. Cinco pessoas foram presas. Os policiais destacaram que este é mais um caso de corrupção que prejudica a população brasileira.
De acordo com o Delegado Regional Luís Mauro Sampaio, foram cumpridos, inicialmente, 3 mandados de busca e apreensão, após representação embasada em levantamentos realizados por Investigadores de Polícia. Durante a Operação denominada Terceiro Grau, 5 pessoas foram levadas para a Delegacia de Polícia, sendo apreendidos diversos materiais de contrafação.
Nesta primeira fase, foram contabilizados pelos policiais 1147 casos de adulteração de carteiras de estudantes, sendo apreendidos, ainda, duas impressoras e um computador utilizados para a prática do crime. Outras 754 carteiras em branco, que seriam utilizadas para novas falsificações, também foram recolhidas.
O Chefe do Posto Integrado de Perícias de Patos de Minas, Reginaldo Cadete, informou que o número pode ser maior, já que, em análise preliminar, foram constatados os nomes de 24.336 supostos alunos, espalhados por todo o Brasil.
O Delegado Regional, Luiz Mauro, ressaltou o empenho da equipe de Policiais Civis, informando que investigações como esta serão constantes, já que fomentam toda espécie de crimes. "O número surpreende. Mais ainda, o que assusta é o risco que essas próprias pessoas correm ao fornecer seus dados para estelionatários e falsificadores", ressaltou.
O Chefe do Departamento, Felipe Colombari, informou que as pessoas que utilizam indevidamente dos documentos falsos estão sujeitos a prisão em flagrante delito, sem direito a fiança, e que a relação de fraudadores será encaminhada para a Chefia do Executivo Municipal e para as Universidades/Faculdades e Sindicato de Produtores Rurais de Patos de Minas, como forma de auxiliarem na fiscalização.
O delegado destacou que esta é mais uma forma de corrupção que causa prejuízos a toda a sociedade. "São atitudes como essa que encarecem ingressos de eventos para o lazer e passagens de transporte público. Há sempre alguém que paga a conta e não pode ser a população de bem, que age dentro da legalidade. Esse é mais um mecanismo, que leva a corrupção generalizada e não pode ser tolerado. É importante que tenham a consciência disso: a corrupção aparenta estar generalizada, mas começa em pequenos atos, como o de falsificar uma carteira de estudante", disse.
Os delegados explicaram que as condutas podem configurar vários crimes. As pessoas que, na verdade não são estudantes e que solicitaram a confecção das carteirinhas, podem responder pelo crime de falsidade ideológica. E se estas pessoas apresentarem estas carteirinhas em algum evento podem cometer o crime de uso de documento falso ou até mesmo estelionato. Já os adulteradores que não possuem autorização para expedir estes documentos cometem o crime de falsificação de documento.
Os policiais ainda destacaram que o material utilizado para confecção das carteirinhas possui um valor bem barato e as vendas saíam por cerca de R$25,00 a R$30,00. “O material não custava R$1,00”, disse. As cinco pessoas envolvidas na falsificação foram ouvidas e liberadas. Os delegados informaram que mais investigações devem ser feitas para descobrir se há mais pessoas envolvidas. “Podemos afirmar que mais de 900 destas carteirinhas foram falsificadas este ano”, disse Felipe Colombari.
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