O veículo Fiat/Siena capotou na BR040 no Km 176. ( Foto: JPAgora )

No dia 06 de janeiro de 2016 se espalhou na cidade de João Pinheiro os comentários sobre o acidente envolvendo dois automóveis, sendo um Siena e o outro um Fiat Uno. O fato ocorreu na BR-040, nas imediações do km 176, próximo à localidade rural de Taquara. Os envolvidos no acidente são da cidade de João Pinheiro. A condutora do veículo Siena, a senhora Maria Aparecida, 35 anos, estava com seus filhos no carro e também com um sobrinho. O outro veículo envolvido no acidente seria o Fiat Uno conduzido pelo motorista Valtuir, que tem apelido de “Patrão” e é ex-marido de Aparecida. Ele teria sido o causador do fato.

Depoimentos informam que todos os envolvidos estavam em uma festa de Reis na fazenda Taquara. Por volta das 04 horas da manhã, Maria Aparecida (Cida) teria pegado seus filhos, o sobrinho, e se deslocava em seu veículo sentido à Vila São Sebastião (Lajes). Contudo, o ex-marido de Cida, teria perseguido ela durante o caminho, e provocado manobras perigosas, fazendo com que ela perdesse o controle da direção do veículo e viesse a capotá-lo. No acidente uma criança de 7 anos de idade, que estava no banco detrás do carro dormindo, acabou morrendo. Cida teve que ser submetida a cirurgias no Hospital em João Pinheiro, ela teve várias fraturas no corpo e está em estado grave.

O condutor do veículo Fiat Uno, Valtuir (Patrão), apontando como sendo o responsável por causar o acidente, se apresentou na delegacia de polícia acompanhado de seu advogado, e não quis gravar entrevista. Os filhos dele com Cida, relataram a familiares que ele os perseguiu, e foi onde tudo teria ocorrido. Ana Paula que é irma de Cida, relata que sua irmã era casada com “Patrão” e que eles tinham um relacionamento conturbado, por isso se separaram e Cida se mudou para Uberlândia. Conta também que Cida só veio a João Pinheiro para participar da festa de Folia de Reis, onde seu pai seria homenageado, e que “Patrão” se sentiu incomodado ao vê-la na festa dançando e se divertindo entre familiares.

“No início da festa eu já vi que ele estava olhando estranho, ele estava com a namorada dele, que é a Vilma. E aí ele mandou o filho dele avisar para minha irmã que era para ela parar de provocar, que ele não estava gostando, mas ela não estava fazendo nada. Como ele estava até com a namorada dele, a gente achou que não tinha nada a ver ela dançar, até porque é uma festa de Reis, uma coisa de roça, que todo mundo vai. E por que nós perdemos o nosso pai que era folião, era Capitão de folia, e iria aconteceer uma homenagem para ele, então a Cida veio por esse motivo, então estávamos todos ali brincando, sorrindo, dançando e ele sentiu que ela estivesse provocando ele.

A certa altura da noite eu chamei ela pra ir embora, ela disse que não, queria ficar mais um pouquinho. Aí assim que eu fui embora a minha cunhada me ligou e me avisou que ele (Patrão) mandou avisar para ela (Cida) mais uma vez, e a família dele todinha tentando tirar ele de cabeça, inclusive a namorada dele, a Vilma, falava com ele para parar, para deixar ela (Cida) em paz. Ele chegou a dizer que tinha concordado e que estava tudo bem, mas chegou um certo ponto que ela ficou com medo e pegou o carro dela para ir embora para Lajes, com o meu sobrinho que veio a falecer e os dois filhos dela, que são filhos dele também.

Assim que ela saiu, ele  também arrancou e passou a pressionar ela no caminho inteiro. Na estrada de Lajes ele deu um "cavalo de pau", cercou ela na entrada e não deixou ela passar, então na tentativa de pedir um socorro, ela acelerou em direção a João Pinheiro, mas na Taquara ela não conseguiu manter o carro na pista e capotou o veículo, ela subiu no barranco e capotou, foi onde o meu sobrinho de 7 anos veio a falecer”, conta Ana Paula, irmã de Cida.

“A minha irmã (Cida) era casada com ele (Patrão), mas ela foi embora de João Pinheiro por medo dele, ela se mudou daqui por causa das ameaças que sofria, inclusive ela tinha medida protetiva por causa disso e morava em Uberlândia. Antes dela ir para Uberlândia, o relacionamento deles era bastante conturbado, ela me disse que uma vez ele levou ela lá pra cima, para a Barreira, deu umas “cabadas” de faca na cabeça dela, torturou ela bastante, querendo que ela contasse se ela tinha um outro alguém, como ela não tinha ninguém, não tinha como ela contar uma coisa que não fosse verdade.

Nós acreditamos que o intuito dele era tentar matar a minha irmã, porque, como que uma pessoa vai perseguir a outra, em alta velocidade, pressionando até fazer ela capotar o carro? O estado de saúde dela é delicado, ela está muito machucada. Eu ainda não consegui ver a minha irmã porque não tenho forças para isso. Eu espero que a justiça seja feita, uma vida foi embora, a vida de uma criança, do meu sobrinho, por causa de uma ignorância acontece um fato desse. Espero que justiça seja feita”, relata Ana Paula Magalhães.

Matéria e fotos:JPAGORA