Uma família em Patos de Minas procurou a redação do Patos Hoje para relatar o drama que viveu nas últimas horas, ao buscar atendimento de saúde para a matriarca de 92 anos. A idosa foi levada para a Unidade de Pronto Atendimento – UPA – que segundo a filha que a acompanhava, além da espera de 12 horas, ainda ficou molhada até a cabeça porque não havia lençol para colocar na maca.
De acordo com a mulher, a mãe passou mal na tarde dessa quarta-feira (15) e precisou de atendimento médico. “Eu liguei no Samu porque não tem como eu descer com ela e colocar em um carro de aplicativo, porque aqui são dois lances de escada”, disse. Ainda segundo a mulher, o Samu demorou um tempo, mas acabou indo. “Os dois (servidores do Samu) estavam conversando e um deles suspeitou de um AVC. Foi aí que levaram ela para a UPA”.
Era por volta de 15h quando elas chegaram na Unidade de Pronto Atendimento. “Eu fiz a ficha dela e vi quando eles passaram muita gente na frente dela para o atendimento”, disse a filha. Além disso, ela contou que os problemas não pararam por aí. “Teve um momento que minha mãe estava toda molhada, da cabeça aos pés e na cama não tinha nenhum lençol. Ela também ficou com a mesma fralda o dia inteiro”. A filha então implorou para que os funcionários da unidade conseguissem um lençol, mas ocorreu outro problema. “Eles arrumaram o lençol, mas disseram que não poderiam trocar por causa da maca e por não ter profissionais suficiente, aumentando a sua indignação”.
Os médicos que atenderam a idosa disseram que ela precisaria realizar exames de tomografia na cabeça e também no quadril devido as dores. Até que a idosa de 92 anos conseguiu fazer os exames já passavam de 22h. Depois disso, elas foram chamadas para receberem o resultado dos exames só por volta de 03h00, ou seja, 12 horas depois de dar entrada na unidade. Os exames descartaram AVC e a idosa recebeu alta. A partir daí outra situação desagradável. “Não havia ninguém para me ajudar a levar minha mãe de volta para casa. Eu liguei no Samu, Bombeiros, Polícia e nada. Na UPA também não tinha ambulância disponível para esse serviço”, disse ela.
Questionada sobre como resolveu a situação, ela disse que precisou ligar para um irmão em Brasília que saiu de lá e veio para Patos de Minas prestar assistência à família. “Nós chegamos em casa agora por volta de 10h00 depois que meu irmão, que saiu de Brasília, foi lá nos buscar”, afirmou. Bastante indignada, a mulher disse que esse tipo de situação é inadmissível e que espera uma retratação.
O caso foi repassado para a Comissão de Saúde da Câmara Municipal e também para o Conselho Municipal de Saúde.
A Prefeitura respondeu através da seguinte nota:
- A paciente chegou à UPA às 15h57, foi triada às 16h06 e atendida às 16h31 pela equipe médica. Apresentava sinais vitais estáveis. Medicada, foi submetida à tomografia de crânio e de abdômen, exame de dengue e laboratoriais.
- Até a chegada dos exames, a idosa foi encaminhada para a observação, setor da unidade onde todas as macas são mantidas com papel-lençol (e não lençol de tecido). Essa é uma normativa da Vigilância Sanitária e ocorre, portanto, nas demais instituições hospitalares. A enfermeira fez a troca do lençol quando solicitada.
- Após resultado dos exames, inclusive as tomografias, a paciente foi liberada pelo médico. Os medicamentos receitados pelo profissional foram dispensados a ela na farmácia da própria unidade.
- Em relação ao transporte da paciente para casa, o uso das ambulâncias segue critérios clínicos nos quais ela não se enquadrava.
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