O presidente Luiz Inácio Lula da Silva saudou, nesta
quarta-feira (22), o acordo entre Israel e o grupo palestino Hamas para
libertação de reféns. “Espero que esse acordo possa pavimentar o caminho para
uma saída política e duradoura para este conflito e para a retomada do processo
de paz entre Israel e Palestina”, disse ele, durante a Cúpula Virtual do G20,
que marcou o fim da presidência da Índia do bloco.
O Hamas anunciou hoje que a trégua em Gaza entrará em vigor
às 5h desta quinta-feira. Representante da ala política do movimento, Musa Abou
Marzouk disse que o grupo "está preparado para um cessar-fogo global e a
troca de prisioneiros".
O acordo envolve a libertação de 50 reféns pelo Hamas em
troca de uma trégua temporária de quatro dias nos bombardeios na Faixa da Gaza
e da libertação de 150 prisioneiros palestinos por Israel.
G20
A partir de 1º de dezembro, o Brasil assume a liderança do
G20, grupo que reúne 19 das maiores economias do mundo e a União Europeia. A
União Africana também tornou-se membro permanente durante a 18ª Cúpula de
Chefes de Estado e Governo, que ocorreu em agosto em Nova Déli, na Índia.
Em discurso na cúpula de hoje, o presidente Lula falou sobre
a complexidade dos problemas globais e lembrou que entre as prioridades do
Brasil no G20 está o fortalecimento da governança global “para lidar com
antigas e novas questões”.
“Rivalidades geopolíticas persistem, a economia global
desacelera e as consequências das mudanças climáticas se sucedem. O
recrudescimento do conflito no Oriente Médio vem somar-se às múltiplas crises
que já enfrentávamos”, disse.
“Esse conjunto de desafios vai exigir vontade política e
determinação por parte de governantes e dirigentes de todos os países e
organismos internacionais. Por meio do diálogo, temos de recolocar o mundo no
caminho da paz e da prosperidade. O G20 tem um papel central a cumprir”,
acrescentou.
Desde que assumiu o mandato, em discursos em diversas
instâncias internacionais, Lula vem defendendo que o modelo atual de
governança, criado depois da Segunda Guerra Mundial, não representa mais a
geopolítica do século 21. Para o presidente, é preciso uma representação
adequada de países emergentes em órgãos como o Conselho de Segurança das Nações
Unidas.
Hoje, esse conselho, com poder de tomar importantes decisões
pela paz internacional, reúne apenas Estados Unidos, Rússia, China, França e
Reino Unido, que têm poder de vetar decisões da maioria. Atualmente, fazem
parte do conselho rotativo Albânia, Brasil, Equador, Gabão, Gana, Japão, Malta,
Moçambique, Suíça e Emirados Árabes.
O conflito
No dia 7 de outubro, o Hamas, que controla a Faixa de Gaza,
lançou um ataque surpresa de mísseis contra Israel, com incursão de combatentes
armados por terra, matando civis e militares e fazendo centenas de reféns
israelenses e estrangeiros. Em resposta, Israel bombardeou várias
infraestruturas do Hamas, em Gaza, e impôs cerco total ao território, com o
corte do abastecimento de água, combustível e energia elétrica.
Os ataques já deixaram milhares de mortos, feridos e
desabrigados nos dois territórios. A guerra entre Israel e Hamas tem origem na
disputa por territórios que já foram ocupados por diversos povos, como hebreus
e filisteus, dos quais descendem israelenses e palestinos.
Fonte: Agência Brasil
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