Os peritos analisam o local do crime. A moto de João Paulo ficou caída a cerca de 50 metros do corpo.

Um único tiro na altura da axila foi suficiente para provocar a morte de um Jovem de 18 anos na noite dessa terça-feira (19). O disparo foi efetuado por um policial militar da Moto Rotam após uma fuga que começou na avenida Paranaíba e se prolongou até o final da rua Florianópolis, atrás do Estádio Beira Rio, no bairro São José Operário. Uma ambulância do SAMU foi acionada pelos próprios militares, mas já era tarde demais.

O crime aconteceu por volta de 21h30. Equipes da Polícia Militar fizeram uma barreira no local e não deixaram que ninguém, além dos peritos e dos homens da funerária, se aproximasse. João Paulo Gonçalves de Abreu foi encontrado caído no meio do mato, a cerca de 50 metros das margens do Rio Paranaíba. Ali do lado do corpo, o revólver calibre 32 que ele levava.

Parentes e amigos lamentaram a morte do jovem. O tio, Cleides Ferreira Gonçalves, afirmou que os policiais não precisavam ter atirado. “Se os policiais quisessem, eles teriam parado ele. Não precisavam ter atirado”, afirmou. Cleides disse que vai buscar informações para saber quem atirou e matou o sobrinho.

O comandante do 15º BPM, Ten Cel Elias Perpétuo deu a versão dos policiais. Ele disse que os militares abordavam outro veículo na avenida Paranaíba quando João Paulo passou em alta velocidade e fazendo muito barulho em uma motocicleta. Dois policiais da Moto Rotam iniciaram, então, o acompanhamento do Jovem.

Segundo o comandante, no final da rua Florianópolis, João Paulo perdeu o controle da direção e caiu, mas continuou fugindo a pé. Para não ser pego, ele teria sacado um revólver calibre 32 e apontado em direção aos policiais. Os dois militares atiraram ao mesmo tempo. Foram três disparos, sendo que um deles atingiu o jovem  na axila.

Este foi o segundo homicídio do mês de Janeiro em Patos de Minas. João Paulo tinha diversas passagens pela polícia e era tido como um jovem violento. O rapaz já havia trocado tiros com militares na avenida Brasil. Ele também era investigado pela morte de um homem no bairro Nossa Senhora Aparecida.

No local do crime, os peritos recolheram o revólver calibre 32 e o boné de João Paulo. A motocicleta, com os documentos atrasados, foi apreendida. O comando da Polícia Militar apreendeu também as duas pistolas que eram usadas pelos militares. De acordo com o Ten Cel Elias, mesmo alegando legítima defesa, os policiais foram levados para a sede do 15º BPM. A própria PM vai abrir um processo de investigação para saber qual dos dois policiais efetuou o disparo que atingiu o jovem. Ele terá que prestar contas à Justiça Militar.

Autor: Maurício Rocha