O governo federal autorizou o reconhecimento do estado de
situação de emergência em Maceió pelos danos causados (foto) em razão do
afundamento de uma mina de exploração de sal-gema da Braskem. O reconhecimento
deve ser publicado ainda hoje (1º) no Diário Oficial da União. Existe o receio
por parte dos órgãos de Defesa Civil de que estrutura entre em colapso a
qualquer momento.
O Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional
(MIDR) disse que está acompanhando a situação na capital alagoana, que sofreu,
nos últimos dias, seguidos abalos sísmicos causados por atividades de mineração
da Braskem.
Segundo a pasta, o ministro Waldez Góes participou nesta
sexta-feira (1º) de uma reunião com uma equipe da Defesa Civil Nacional, que
está no local. O objetivo do encontro foi apresentar as informações levantadas
pela equipe e traçar - em parceria com as defesas civis estadual e municipal -
uma estratégia para atender a população afetada.
“A Defesa Civil Nacional e o Gade (Grupo de Apoio a
Desastres) já monitoram a situação do lugar há muito tempo. Por determinação do
presidente Lula e do presidente em exercício, Geraldo Alckmin, estamos com todo
o nosso aparato de prontidão para auxiliar Alagoas em caso de necessidade”,
informou Waldez Góes. “Iremos reconhecer ainda nesta sexta-feira a situação de
emergência na cidade de Maceió e também repassaremos os recursos necessários
para apoio à população”, destacou o ministro.
Abalos sísmicos
A situação é mais grave nos bairros de Mutange, Pinheiro e
Bebedouro, que sofreram nos últimos abalos sísmicos devido à movimentação da
cavidade de uma das minas da Braskem. Ontem (30), a prefeitura de Maceió
decretou situação de emergência por 180 dias por causa do iminente colapso da
mina 18, que pode provocar o afundamento do solo em vários bairros. A área já
está desocupada e a circulação de embarcações da população está restrita na
região da Lagoa Mundaú, no bairro do Mutange.
A Defesa Civil de Maceió informou que a última medição
apontou que a movimentação vertical acumulada na área é de 1,42 metro e a
velocidade vertical é de 2,6 centímetros por hora.
Em nota, a Braskem disse que continua mobilizada e
monitorando a situação da mina 18, tomando as medidas cabíveis para minimização
do impacto de possíveis ocorrências e que a área está isolada desde terça-feira
(28). A empresa ressalta que a região está desabitada desde 2020.
"Referido monitoramento, com equipamentos de última
geração, foi implementado para garantir a detecção de qualquer movimentação no
solo da região e viabilizar o acompanhamento pelas autoridades e a adoção de
medidas preventivas como as que estão sendo adotadas no presente momento",
disse a empresa.
Monitoramento
Ainda de acordo com a Braskem, os dados atuais de
monitoramento demonstram que a acomodação do solo segue concentrada na área
dessa mina e que essa acomodação poderá ocorrer de forma gradual até a
estabilização ou de maneira abrupta.
Das 35 cavidades exploradas pela empresa, nove receberam a
recomendação da Agência Nacional de Mineração (ANM) de preenchimento com areia.
Dessas, cinco tiveram o preenchimento concluído, em outras três os trabalhos
estão em andamento e uma já está pressurizada, indicando não ser mais necessário
o preenchimento com areia. Além dessas, em outras cinco cavidades, foi
confirmado o status de autopreenchimento.
“As demais 21 cavidades estão sendo tamponadas e/ou
monitoradas, sendo que - em sete delas - o trabalho já foi concluído. As
atividades para preenchimento da cavidade 18 estavam em andamento e foram
suspensas preventivamente devido à movimentação atípica no solo”, finalizou
informe da Braskem.
Fonte: Agência Brasil
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