O garoto apresentava ferimentos nos braços e nas pernas.

A história de um garoto autista em Presidente Olegário chamou a atenção da comunidade. O menino foi encontrado amarrado e com grandes ferimentos nos pulsos e nos tornozelos na casa da mulher que teria sido contratada para cuidar do menino. Ele estava internado no Hospital Municipal de Presidente Olegário e recebeu alta médica na tarde dessa terça-feira (16).

Acionados por profissionais do CAPs, que sentiram falta do garoto no tratamento, conselheiros tutelares foram até a casa e, pela porta de vidro, viram o menino com as mãos e pés amarrados a uma cadeira. Eles acionaram a Polícia Militar, que localizou a proprietária do imóvel e permitiu a entrada dos militares. O garoto foi levado para o Hospital Municipal.

Foi o médico Gilberto Palma que fez o atendimento. Segundo ele, o garoto estava assustado, arredio e com ferimentos nos pulsos e nos tornozelos que precisaram de cuidados. O tratamento recomendado pelo médico aos enfermeiros e funcionários do hospital, no entanto, foi carinho e atenção. “Era disso que eu senti que ele mais precisava naquele momento”, disse o médico.

O menino autista de 12 anos tem uma história pra lá de complicada. Ele é filho de uma usuária de drogas e foi adotado por um casal de médicos. Ocorre que os pais adotivos se mudaram para Brasília e, como não encontraram um local especializado, deixaram o menino com uma cuidadora que recebia em torno de R$ 2 mil por mês para cuidar da criança. Os pais adotivos teriam se surpreendido com a situação em que o menino se encontrava.

Nessa terça-feira (16), os pais conseguiram autorização da Justiça para levar o menino para casa em Brasília. Ele recebeu alta médica e já foi embora. A mulher contratada para cuidar do garoto não quis falar sobre o assunto. O caso, no entanto, ainda será alvo de investigação por parte da Polícia Civil.

Segundo o delegado de Presidente Olegário, Vinícius Volf, o caso do garoto autista vem sendo investigado há mais tempo. Ele disse que no ano passado recebeu uma denúncia de adoção irregular e encaminhou uma equipe até a casa do garoto. A visita ocorreu em novembro e, na época, os policiais não identificaram nenhuma irregularidade. Os pais adotivos, no entanto, foram identificados e informaram que iriam buscar o menino em dezembro, o que não ocorreu.

O delegado Vinícius Volf disse que vai voltar a ouvir as testemunhas para saber se houve negligência por parte dos pais adotivos e crime por parte da cuidadora. Ele disse que ela pode ser indiciada por cárcere privado, abandono de incapaz e até tortura.

Autor: Maurício Rocha