Na manhã desta sexta-feira (14), o Procon Municipal de Patos de Minas promoveu um encontro com especialistas para abordar o momento sensível em que as escolas públicas e privadas estão enfrentando. Monitoramento de redes sociais, não compartilhamento de notícias falsas, mecanismos de segurança, mensagens positivas e acolhimento dos alunos foram algumas das medidas indicadas.
O coordenador do Procon, Rafael Godinho, abriu a apresentação falando sobre os aspectos do direito do consumidor. Neste caso, ele explicou que todos devem prestar um serviço educacional de qualidade e isso precisa passar por garantir a segurança dos estudantes. Citando o Código de Defesa do Consumidor, ele indicou que as escolas precisam ter os mecanismos mínimos de segurança.
O Sargento Danilo Braga dos Santos da Polícia Militar informou, primeiramente que, de 2011 até o momento, foram 11 ataques a escolas no Brasil, sendo que nenhum foi em Minas Gerais. Ele destacou que a insegurança tem sido potencializada pelas fake news, citando o caso de São Gotardo, onde pais foram para a porta da escola com facas e facões após mensagens falsas.
Ele pediu que os estudantes sejam acolhidos e escutados, nunca minimizando, evitando ou repreendendo o medo ou pânico deles, porque os influencers da deep web estão cooptando os adolescentes com escuta e lhes dando voz. Ele informou que é preciso estabelecer vínculo afetivo, levar informação e combater a desinformação. Com relação à segurança armada nas escolas, ele não acha a melhor opção, salientando que a Polícia Militar tem intensificado o trabalho de prevenção nas escolas e são as polícias que devem garantir a segurança pública.
O policial também pediu aos pais para monitorarem as redes sociais dos filhos, o que eles acessam e fiscalizarem as mochilas. Todos devem evitar toda e qualquer atitude que alimente as ameaças, as fake news e os sentimentos negativos de modo geral, somando esforços para adotar medidas para aumentar a segurança no ambiente escolar. Ninguém também deve incentivar comportamento violento e evitar ser agressivo.
A Psicóloga Ana Paula Silva explicou que a sociedade precisa ser mais propositiva, ter respeito às regras, já que a escola é a preparação do aluno para aquilo que será cobrado dele na sociedade. Ela chamou a atenção para a questão da valorização da educação, das professoras e das crianças, já que isso pode estar sendo visto como uma vulnerabilidade o que acaba atraindo os extremistas.
Em seguida e para finalizar, o médico Everton Edjar A. da Silva- médico da família e comunidade, pós-graduado em psiquiatria, falou sobre os ataques às escolas e que isso acaba impactando todo o sistema. Ele explicou que algumas das causas das violências estão no bullying e na exposição à violência, necessitando resolver os preconceitos que existem na sociedade.
Com relação à internet, ele explicou que há um excesso de informação e que as crianças e adolescentes não estão preparados para isso. “O ideal são apenas 2 horas de internet por dia”, ressaltou. Também frisou que discursos de extrema-direita, como racismo, armamentismo, misoginia, preconceito com a população LGBTQIA+ e machismo estão afetando os estudantes.
Com relação aos perfis dos malfeitores, ele indica que eles podem ter problemas de autoestima, ideias persecutórias ou paranoias, traços antissociais, tendo prazer em gerar dano, traços de narcisismo e de grandiosidade e que buscam o reconhecimento na sociedade por seus feitos. Aqueles que promovem este tipo de terror também teriam interesse incomuns em assuntos violentos, obsessão por armas, recusa em falar com professores ou gestores e exaltam ataques em ambientes educacionais.
Durante o encontro, diretores fizeram questionamentos e se mostraram preocupados com a situação. Uma nova reunião foi agenda para produzir uma carta que possa orientar a população e as escolas a como lidarem como esse momento incomum.
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