O Centro Oncológico AZ do Noroeste, ligado ao Hospital São Lucas, negou a possibilidade de fechamento em nota emitida ao Patos Hoje na tarde desta sexta-feira (23). O posicionamento veio depois de uma mensagem enviada na quinta-feira pela direção do São Lucas à Prefeitura ameaçar fechar atendimentos pelo SUS caso o serviço de hemodiálise do hospital fosse transferido para a Clínica do Rim.

Na nota, a direção do Centro Oncológico afirmou que o espaço “não sofre ameaças de fechamento”. O centro hospitalar reconheceu que o São Lucas tem passado por dificuldades financeiras, mas declarou que o Município “está acompanhando de perto a situação” e que “o AZ não passará por nenhum prejuízo”.

Ainda segundo a nota, os atendimentos no Centro Oncológico seguem funcionando normalmente. A direção disse ter entrado em contato com a secretária municipal de Saúde, Ana Carolina Magalhães Caixeta, que também teria garantido o funcionamento do AZ mesmo com o possível fechamento do São Lucas.

Entenda o caso

A Associação dos Renais Crônicos do Alto Paranaíba (ARCAP) havia solicitado na Justiça o credenciamento de uma nova clínica para a realização da hemodiálise em Patos de Minas. Segundo o pedido da ARCAP, o Hospital São Lucas, único que oferecia o serviço em convênio com o SUS, “vem sofrendo com má gestão, crise financeira e sanitária”.

Na decisão, o juiz Guilherme Mendonça Doehler reconheceu a situação precária do São Lucas e determinou que a Prefeitura de Patos de Minas credenciasse a Clínica do Rim do Alto Paranaíba ou outro estabelecimento na cidade para receber pacientes de hemodiálise. Na ocasião, o diretor administrativo do Hospital São Lucas, Willian Magalhães, defendeu a estrutura de hemodiálise do Hospital São Lucas, a qual, segundo ele, “nunca privou os pacientes de itens essenciais à realização adequada do tratamento”.

Já nessa quinta-feira (22), a Justiça determinou que a Prefeitura de Patos de Minas tem até 30 dias para concluir a transferência de todos os pacientes para a Clínica do Rim, sob pena de multa diária de R$20 mil. No mesmo dia, a direção do Hospital São Lucas encaminhou ao prefeito Luís Eduardo Falcão e à secretária municipal de saúde, Ana Carolina Magalhães Caixeta, uma mensagem em que ameaçou fechar atendimentos pelo SUS caso o serviço de hemodiálise, de fato, fosse transferido.

Na mensagem, o hospital explicou que os valores pagos pela hemodiálise é que garantem o funcionamento de outros serviços que dão prejuízo. Por esse motivo, a direção afirmou que o serviço de oncologia poderia ser interrompido no mesmo dia do fim da hemodiálise.