Enquanto os alimentos são apontados como um dos responsáveis pela alta de 0,45% do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) de outubro, os produtores rurais mineiros continuam amargando queda de renda. O IPR (Índice de Preços Recebidos) pelos produtores rurais, calculado pela FAEMG (Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais), sofreu queda de 2,16% em outubro. Dos 15 produtos analisados, nove tiveram redução de preço, dois mantiveram-se estáveis e apenas quatro registraram alta.

O coordenador da Assessoria Técnica da FAEMG, Pierre Santos Vilela, informa que, em outubro, as quedas mais expressivas foram as do milho (-9,89%) e abacaxi (-9,23%). As maiores altas foram as da batata (14,83%) e suínos (5,25%). Ao longo do ano, os preços agropecuários já caíram 5,15% no Estado. As baixas mais acentuadas foram as dos hortícolas, como batata (-44,35%) e banana (-40,95%); e dos grãos, principalmente milho (-36,85%), feijão (-27,48%) e sorgo (-23,81%). Sustentam altas no ano apenas as carnes (bovina, suína e de frango), arroz e caroço de algodão.

De novembro de 2007 a outubro de 2008, o IPR acumula alta de apenas 3,28%, ou seja, o aumento de preços registrado no final de 2007 foi praticamente anulado pela forte queda das cotações nos últimos meses. Diante deste quadro, Pierre Vilela afirma que a alta dos alimentos apontada no IPCA divulgado hoje pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) ocorre, neste momento, no varejo, pois há quatro meses consecutivos os preços agropecuários em Minas estão em queda, puxada pela baixa das cotações das commodities agrícolas em todo o mundo.