Depois de dois meses no cargo, o presidente do Esporte Clube Mamoré, José Luiz Borges Júnior, e o vice-presidente, José Eustáquio de Faria Júnior, enviaram nessa sexta-feira (22) suas cartas de renúncia ao time. Nos documentos, ambos alegaram motivos particulares para deixarem os cargos. O Mamoré ainda não se pronunciou sobre a renúncia.

A chapa havia sido eleita por aclamação no dia 30 de novembro. Semanas depois, no dia 19 de dezembro, a cerimônia de posse foi realizada no Estádio Bernardo Rubinger de Queiroz.  Dias antes de assumir o cargo de presidente do Mamoré, José Luiz se elegeu vereador de Patos de Minas em 2020 pelo PODEMOS, com 961 votos. O vice-presidente da chapa, José Eustáquio, também foi eleito pelo mesmo partido, com 1473 votos recebidos.

Na gestão de José Luiz, o Mamoré realizou o Churrasco Premiado, evento que arrecadou fundos para pagar uma dívida trabalhista da equipe. Em entrevista ao Programa Na Rede, do PH Play, em dezembro de 2020, o presidente afirmou que o valor da dívida era de cerca de R$75.000,00. Como o Módulo II foi encerrado antes que a chapa assumisse, nenhum jogo do Sapo aconteceu durante seu mandato. Sem competições no calendário, também não foi feita nenhuma contratação.

Agora, a tendência é que o Conselho Deliberativo do Mamoré, presidido por José Armando Resende, se reúna para discutir os próximos passos. Depois de ser rebaixado no Módulo II do Mineiro em 2020, o time alviverde se prepara para a disputa da Segunda Divisão, que equivale ao terceiro nível do Estadual. A competição deve ocorrer no segundo semestre deste ano.

Procurado pelo Patos Hoje, o agora ex-presidente do Mamoré, José Luiz, afirmou que optou por deixar a posição por não poder se dedicar integralmente ao clube. Segundo ele, o Mamoré "precisa de muito mais esforço" do que ele poderia oferecer. Em relação à decisão de assumir a gestão logo após ser eleito a um cargo público, o vereador disse que o prazo para conhecer o clube e os desafios que enfrentaria foi "muito curto".

"Depois nós vimos que o esforço necessário é muito maior do que eu posso oferecer. Por isso, para não prejudicar o Mamoré e nem meu cargo como vereador, eu prefiro me retirar e deixar esse projeto com outras pessoas", afirmou.

José Luiz destacou ainda o cumprimento das dívidas trabalhistas efetuado em seu mandato. Ele afirmou que deixou o clube "sem dever para ninguém". O ex-presidente também revelou um acordo com uma escolinha de futebol de Patos de Minas que, segundo ele, pode fortalecer a base do time alviverde. Ainda segundo o vereador, os membros da Diretoria seguirão comandando o projeto, enquanto ele pretende colaborar com o time como conselheiro.

Já o ex-vice-presidente, José Eustáquio, afirmou que também preferiu deixar o cargo devido à dificuldade de conciliar os trabalhos como vereador e advogado com a gestão do clube. Segundo ele, o Mamoré exige, neste momento, “pessoas que tenham disponibilidade mais exclusiva”. Por isso, ele preferiu abrir o espaço para outro colaborador.

Além disso, José Eustáquio afirmou que, por ocupar um cargo público, não seria interessante para a população que ele assuma compromisso profissional com apenas uma das equipes de futebol de Patos de Minas. De acordo com o vereador, “é importante proteger e incentivar o esporte na cidade de maneira geral”. Ele indicou ainda que também pretende continuar atuando como conselheiro do clube.