A tentativa de uma estudante de realizar as provas do Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos- ENCCEJA-, neste domingo (29), em Patos de Minas, virou caso de polícia. A estudante Márcia Rodrigues contou que foi impedida de realizar a prova com a acusação de ter pulado o muro da escola. Bastante abalada, a estudante concedeu entrevista para o Patos Hoje.

De acordo com Márcia, ela chegou à escola na Rua Dona Queta, no Bairro Nossa Senhora das Graças, 8 minutos antes do fechamento do portão. Ela ingressou na sala para realizar a prova e chegou a lacrar o celular na sacolinha distribuída pelos aplicadores do exame. O material, segundo ela, foi deixado debaixo da carteira. Ela mostrou a sacolinha rasgada após retirar o celular.

Em seguida, ela pediu à professora que lhe permitisse ir ao banheiro, o que foi autorizado. No entanto, na volta, a coordenadora do exame teria lhe apontado o dedo dizendo que ela teria pulado o muro da instituição para fazer a prova. “Dona eu não pulei”, argumentou. Porém, a coordenadora teria dito “olha sua bunda suja aí”, indicando que ela teria mesmo pulado o muro. “Eu comecei a chorar e disse que não tinha pulado”, contou.

Bastante abalada, a estudante contou que ainda tentou convencer a coordenadora, mas não teve jeito. Márcia foi obrigada a pegar as coisas dela e deixar o exame. Diante disso, Márcia então acionou a Polícia Militar para registrar a ocorrência. Os policiais conversaram com a coordenação e ela chegou a receber a autorização para voltar para a sala de aula.

Contudo, bastante transtornada, Márcia avaliou que não conseguiria realizar as provas de Ciências e Matemática que seriam aplicadas. A estudante destacou que o ENCCEJA havia sido desmarcado no ano anterior por causa da pandemia e que foi muito prejudicada com isso. “Eu preciso do diploma. Todos precisam concluir os estudos”, disse.

A estudante ressaltou que nunca conseguiria pular o muro da escola que possui cerca elétrica e também cacos de vidro. Familiares de Márcia se mostraram indignados com a atitude da coordenação do ENCCEJA. Ela falou em procurar a justiça para tentar reparar os danos que sofreu. Nós tentamos conversar com os profissionais responsáveis pela aplicação do ENCCEJA na escola, mas eles disseram que não poderiam gravar entrevista. Assim que eles enviarem um posicionamento, ele será postado na reportagem.