Religioso acusado de abuso sexual obrigava mulheres a tomar vinho com sangue, diz delegada

Pelo menos quatro mulheres foram vítimas do homem.

Em entrevista coletiva na manhã desta sexta-feira (30), a Delegada de Mulheres da Polícia Civil de Patos de Minas, Tatiana Carvalho, apresentou detalhes da investigação que terminou com a prisão de um líder religioso de 33 anos pelo crime de estupro mediante fraude. Pelo menos quatro mulheres foram vítimas do homem.

As investigações começaram em março deste ano, após quatro vítimas procurarem a Delegacia da Mulher para fazer a denúncia. O líder religioso obrigava as mulheres a retirarem suas roupas e fazia uma mistura de mel com açúcar para passar nos corpos delas. Além disso, o homem também obrigava as vítimas a ingerirem vinho com sangue menstrual. A investigação apurou ainda que líder religioso comandou uma sessão em que as vítimas foram ordenadas a se cortarem com um canivete compartilhado, o que expos as vítimas a doenças.

O homem se aproveitava das vítimas com maior abalo psicológico. Todos que participaram dos rituais faziam um juramento com uma faca posicionada contra o próprio pescoço e diziam: “Antes meu pescoço degolado do que um segredo revelado”. O homem ainda criou um termo de consentimento que foi assinado até mesmo pela adolescente.

De acordo com a delegada Tatiana Carvalho, o líder espiritual ordenou que diversos casais praticassem sexo, sob juramento de não revelar o que acontecia no local. Da mesma maneira, o líder espiritual teve relações sexuais com uma menor de 16 anos, porém a adolescente nega. Quando as vítimas questionavam sobre os atos, começaram as discussões e logo após as mulheres deixaram de frequentar o terreiro.

O Sacerdote da Faculdade da Umbanda de Bauru foi ouvido pela delegada de mulheres e informou que os rituais, impostos pelo homem, não fazem parte da religião. Segundo o que foi apurado nas investigações, o homem fez uma mistura de religiões e criou a própria igreja de denominação Quimbanda.

O líder religioso foi preso pela Polícia Civil na tarde dessa quinta-feira (30) no bairro Sorriso. Segundo a delegada Tatiana Carvalho, ele não reconheceu os atos de cunho sexual praticados com as mulheres mas confessou que orientou as vítimas a ingerirem sangue menstrual com vinho. O homem foi denunciado pelo Ministério Público pelo crime de estupro mediante fraude.

Defesa diz que líder religioso não cometeu qualquer crime sexual e que provará sua inocência

A defesa do líder religioso, Alex Júnior da Silva, encaminhou uma nota para o Patos Hoje, por volta das 19h, desta sexta-feira (30), informando que o acusado não teria cometido qualquer crime sexual e que irá provar a inocência dele. A nota destaca que as denúncias ocorreram por um pequeno grupo de participante do Terreiro por mera insatisfação ideológica e desavenças pessoais. Veja a nota na íntegra, assinada pelo advogado Gustavo Virgílio!

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