Pais lutam há mais de um mês para registrar criança em Patos de Minas após cartório recusar nome

Eles contam que não conseguiram fazer o cartão do SUS e temem que a criança não receba os cuidados de saúde necessários.

Os pais de uma garotinha que nasceu no dia 19 de setembro estão lutando para registrá-la em Patos de Minas. O casal escolheu o nome Enberly Emanuelly Silva Brito, mas o cartório se recusou a fazer o registro devido o nome não ser muito comum. E a situação vem ficando cada dia mais difícil. Eles contam que não conseguiram fazer o cartão do SUS e temem que a criança não receba os cuidados de saúde necessários. Eles aceitam mudar algumas letras.

O eletricista Robson da Silva Brito e Michele Marcolino da Silva receberam o Patos Hoje em casa nessa segunda-feira (21) e falaram sobre a situação. O pai da garotinha que completou 1 mês no dia 19 destacou que o maior problema é para conseguir marcar as consultas médicas e também levá-la para tomar as vacinas, já que ela não tem o cartão no SUS. “Queremos que ela se torne uma cidadã. Por enquanto, ela está sendo uma indigente”, desabafou.

Ele contou que, logo após o nascimento, foi até o cartório fazer o registro e o serviço cartorário lhe pediu para escrever o nome, mas após uma consulta recebeu a resposta de que Enberly tem origem europeia e que, mesmo lá, é pouco usado. Robson explicou que a recusa aconteceu porque, segundo o funcionário do cartório, a filha poderia ser vítima de bullying. “Há tantos nomes feios por aí. Acho que este nome não vai causar problemas para ela”, justificou.

Com a criança no colo, Michele informou que o nome Enberly foi escolhido pelo pai após assistir a uma série ainda nos primeiros meses de gravidez. “Eu tinha quase certeza que era menina, então foi assim que decidimos que ela se chamaria. Acho um constrangimento muito grande não poder escolher o nome dela. Temos que fazer valer nosso direito de cidadão”, disse.

O cartório encaminhou a dúvida para a justiça que deve decidir se os pais poderão ou não chamá-la de Enberly. Angustiados com a demora, eles defenderam que não haverá constrangimento nenhum no futuro para a filha. Robson ainda explicou que não abre mão desse nome, porém algumas letras podem ser trocadas como o “N” por “M”, ficando “Emberly”, ou retirando o segundo “L” de “Emanuelly”, o que ficaria “Emanuely”.

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