Mulher acusada de torturar e matar amante é absolvida no Tribunal do Júri
Janaína foi levada ao Tribunal do Júri para responder pela participação nos crimes de tortura e morte de Aparecido Eli Rosa.
Janaína dos Reis Andrade foi interrogada por cerca de 2 horas.
Foi um daqueles julgamentos que mexem com os sentimentos da sociedade inteira. Janaína dos Reis Andrade foi levada ao Tribunal do Júri para responder pela participação nos crimes de tortura e morte de Aparecido Eli Rosa. Já era madrugada quando o juiz Vinícius de Ávila Leite anunciou a sentença. Janaína foi absolvida.
O Tribunal do Júri ficou pequeno para tanta gente. Advogados, estudantes de direito, pessoas comuns da sociedade e parentes da vítima e da acusada foram acompanhar o julgamento, um dos mais aguardados do ano. Alguns vestiam camisetas com a foto de Aparecido Eli. O público estava dividido entre a condenação e a absolvição de Janaína.
O crime aconteceu no dia 04 de Julho de 2010. Aparecido Eli Rosa foi torturado com choques elétricos e morto a tiros. O corpo foi encontrado no porão de uma casa na rua Aleixo Pereira no bairro Jardim Paulistano com diversos ferimentos. O imóvel pertence a Moacir da Costa Borges, marido de Janaína e foi preparado para funcionar como um cativeiro.
As investigações da Polícia Civil apontaram Moacir e Janaína como autores do homicídio. O motivo do crime seria um relacionamento extraconjugal que Janaína estava tendo com Aparecido Eli. Moacir teria descoberto a traição e feito uma armadilha para por fim a vida de Aparecido. Segundo o Ministério Público, Janaína participou ativamente do crime.
No depoimento de quase duas horas, Janaína confessou que estava tendo um relacionamento com Aparecido Eli, com quem havia namorado na adolescência, mas negou qualquer participação no crime. Ela disse que seu relacionamento estava desgastado e que só não tinha se separado de Moacir ainda por causa da filha. Disse também que chorou a morte de Aparecido, com quem sonhava viver um futuro feliz.
Janaína aguardava o julgamento recolhida no Presídio Sebastião Satiro. O Ministério Público apresentou ligações, números telefônicos e conversas gravadas do marido para tentar provar a participação da mulher no crime. A acusação também contou com a participação do advogado Marcius Vagner. A defesa elaborada pelo advogado José Ricardo Souto continuou negando.
Foram cinco horas de debates entre defesa e acusação, em um julgamento cercado pela emoção do início até o último minuto. Em um resultado apertado de 4 votos a 3, os jurados decidiram pela absolvição de Janaína dos Reis Andrade. O advogado Marcius Wagner adiantou que vai recorrer da sentença.
O julgamento de Moacir, marido de Janaína e acusado de ser o autor direto do crime, ainda não foi marcado.
Autor:
Maurício Rocha