Ao percorrer parte do Rio Paranaíba neste domingo (04), ambientalistas de Patos de Minas encontraram diversos pontos de despejo de esgoto sem nenhum tratamento. As imagens comprovam que a Copasa, responsável pela coleta e tratamento de esgoto na cidade, ainda tem muito serviço a fazer para evitar que o Rio continua sendo poluído.

O maior número de pontos de descarte irregular de esgoto está nas imediações dos bairros São José Operário, Nossa Senhora Aparecida e Santa Terezinha. Pelas imagens é possível ver diversas manilhas despejando a sujeira no Rio Paranaíba. São mais de 10 pontos de descarte de esgoto só nestes locais.

Segundo o secretário do Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente – CODEMA – Ivanildo Alves, há despejo de esgoto residencial e também industrial. Ele lamentou a quantidade de esgoto sendo despejada nas águas do Rio Paranaíba e questionou o serviço de coleta e tratamento de esgoto prestado pela Copasa.

A Companhia afirma que trata 90% do esgoto produzido em Patos de Minas. No início deste mês, a Companhia passou a cobrar 66% do valor da água na tarifa de esgoto. No início de 2022, os serviços sofrerão novo reajuste.

CPI da Copasa

Também participaram da expedição os membros da CPI, vereadores Elizabeth Maria Nascimento e Silva (presidente); José Eustáquio de Faria Junior (relator); João Batista de Oliveira - João Marra e José Luiz Borges Júnior; com apoio do presidente do Conselho Integrado de Meio Ambiente do Alto Paranaíba (CIMA) e secretário do Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente de Patos de Minas (Codema), Ivanildo Alves Zica; e de representantes do Corpo de Bombeiros, Polícia Militar Ambiental e Defesa Civil.

Posicionamento do relator

De acordo com o relator da CPI, vereador José Eustáquio, nenhuma decisão será tomada agora. “É necessário e urgente que se faça uma análise tanto da água, quanto da espuma coletada, e que essa análise seja comparada às análises disponibilizadas pela COPASA, para, então, concluirmos se há controvérsias: se a água tratada realmente pode ser consumida e se o esgoto despejado diretamente no rio é tratado como a COPASA insiste em afirmar”, pontou o relator. Ainda segundo o relator, essa análise deverá ser realizada por uma empresa séria e competente, livre de acordos políticos.
Além disso, todas as provas, expedições, análises, imagens e vídeos serão anexados ao relatório final da CPI, o qual será enviado aos órgãos competentes para as devidas providências.

Próxima oitiva definida

A próxima depoente já definida a ser ouvida pela CPI que investiga possíveis irregularidades cometidas pela Copasa é a ex-prefeita de Patos de Minas, Maria Beatriz de Castro Alves Savassi – Beia Savassi. Beia foi citada no depoimento do ex-prefeito de Patos de Minas em 2008 (ano de renovação do contrato com a Copasa), Antônio do Valle, por ser ela a vice-prefeita da sua gestão e posteriormente eleita prefeita de Patos de Minas para o mandato seguinte à renovação do contrato com a Copasa.

A oitiva com Beia Savassi, em data a ser confirmada e posteriormente divulgada, será realizada no plenário da Câmara Municipal, com transmissão ao vivo pelo Facebook oficial e site camarapatos.mg.gov.br