Um incêndio no Presídio Sebastião Satiro no início desta semana voltou a chamar a atenção para o problema dos adolescentes infratores em Patos de Minas. Eles provocaram um curto circuito, queimaram colchões e picharam as paredes e portas com ameaças a agentes e à sociedade.

O problema dos menores infratores em Patos de Minas parece não ter fim. Sem um local adequado para o cumprimento de medidas sócio-educativas, aqueles que cometem delitos de maior gravidade estão sendo levados para o Presídio Sebastião Satiro. Mas o local não é apropriado e eles estão recolhidos em duas minúsculas celas que são destinadas a triagem de detentos.

Esta semana, a falta de estrutura provocou a revolta dos nove adolescentes que estão recolhidos em uma das celas. Eles arrebentaram a fiação e, com um curto circuito, incendiaram os colchões. Os agentes penitenciários tiveram que usar extintores e jatos de água para controlar as chamas que ameaçavam o Bloco “A”, hoje com 110 detentos.

Para não se queimarem, os menores se enrolaram em roupas e cobertores e se esconderam dentro do banheiro. Eles saíram ilesos do incêndio, mas a direção do Presídio Sebastião Satiro decidiu levá-los para fazerem exame de corpo de delito no Hospital Regional Antônio Dias.

Policiais militares registraram um boletim de ocorrência e peritos da Polícia Civil fizeram perícia no local. Um relatório, com informações e fotos do incidente, foi encaminhado para o Juizado da Infância e Juventude. O caso trouxe preocupação para as autoridades.

As ameaças deixadas nas paredes também chamaram a atenção. Em uma delas, os menores convocam os membros de uma organização denominada C.V.O (Comando da Vila Operária) para uma guerra. O comando da Polícia Militar minimizou as ameaças. De acordo com tenente R.Santos, comandante da 86ª Companhia, os policiais estão atentos à situação e que os criminosos que existem no bairro estão sendo monitorados.