Saiba como o dólar ultrapassou a libra esterlina dos ingleses

 

A história do dólar começa quando os Estados Unidos era ainda uma colônia inglesa. Na independência da colônia, no século XVIII, os EUA era um dos maiores devedores internacionais e não tinha nenhuma moeda nacional. Logo, muitas moedas circulavam pelo país. Para financiar a Guerra da Independência, em 1786, as 13 colônias aprovaram uma moeda nacional, o dólar. Dólar vem de thaler, uma moeda de prata inglesa que circulou na Idade Média.


Ainda assim, a ideia de comprar dólar veio depois. O século XIX marcou os EUA com a Guerra de Secessão, e os norte-americanos não tinham uma boa credibilidade mundo afora. Em razão disso, criou-se o greenbacks, as notas verdes, uma maneira informal de se referir ao dólar usada até hoje para creditar dinheiro através da boa reputação da pessoa.


A solução não foi total, já que as várias formas de pagamento e a falta de uma reserva nacional gerou imensa flutuação no câmbio e na inflação do país. Mesmo com as tentativas de facilitar a criação de bancos, a maioria não conseguiu aguentar a flutuação e declarou falência.

A libra inglesa

A libra esterlina dos ingleses era a principal credora da época. Respaldada pelo bimetalismo, o ouro e a prata conquistados pela colonização resultaram no status que prevaleceu até os anos 20. Começou, então, a busca desenfreada pelo ouro e pela prata nos Estados Unidos, só que por muito tempo a moeda se manteve instável devido à falta de Reserva Nacional. 

Reserva Nacional 

No começo do século XX, instaurou-se o dólar nos EUA como moeda única, juntamente com a Reserva Nacional. Foi autorizada a emissão de notas somente da reserva para as obrigações e as dívidas internas. O problema do ouro persistia, acumulou-se bastante pela busca dos anos anteriores, já que o desafio era equilibrar o dólar com o ouro, que, até aquele momento, não havia vingado.


Crise de 29

Com a unificação da moeda, os anos 20 acompanharam as Guerras Mundiais, que tiraram a libra esterlina do topo. O dólar entrou pela primeira vez como principal credor. Foram os anos loucos dos EUA, em que se propagou o American Way of Lyfe (o jeito americano de viver, tradução livre) pela prosperidade prometida. Ainda assim, houve a maior depressão da nação. 


Os créditos desenfreados dos bancos junto à superprodução não conseguiram acompanhar as taxas de juros de Wall Street, o que desregulou as taxas de câmbio. Houve a quebra da bolsa de Nova York, e, com ela, a perda de vários patrimônios, além do desemprego e da fome, muito bem representado pela obra de Chaplin, Tempos Modernos. As ações despencaram, vários bancos declararam falência, inclusive os mais respeitados. Essa crise durou até a Segunda Guerra Mundial, quando os EUA conseguiram se restabelecer. 

Segunda Guerra Mundial  

Enquanto os EUA se tornaram o maior credor, em contrapartida, o Reino Unido virou o devedor internacional. Como é conhecido, houve aliados que perderam a guerra, no caso os regimes fascistas liderados pelo fanatismo ariano do líder Adolf Hitler.


Os EUA já estavam do lado vencedor na Primeira Guerra, o que, de certa forma, incitou a revolta no livro Mein Kampf. Logo mais veio a Guerra Fria e as demais guerras que os Estados Unidos enfrentaram e até lideraram. Tudo isso resultou na potência que é hoje e sua soberania internacional.


Em suma, os EUA foi um colônia inglesa, e a instauração do dólar foi uma maneira de garantir a eles a independência, sustentar a Guerra de Sucessão e dar estabilidade ao câmbio do país. 


Parear o dólar ao ouro nos anos 20 foi uma solução para a flutuação da taxa de câmbio, a especulação do mercado e a alta dos juros. Através das dificuldades, principalmente a grande depressão de 29, os EUA foram obrigados a unificar e padronizar sua moeda, de maneira a ganhar uma credibilidade internacional. Entre quedas e subidas, o dólar é hoje a moeda do momento.