Eu assumo. Nunca pensei em um dia poder falar sobre o crescimento do Futebol Feminino. Mais pela falta de incentivo do que propriamente pelo esporte. Era muito difícil apontar um norte para essa evolução, mas hoje, o Futebol Feminino virou um nicho específico dentro do clube de futebol, assim como as categorias de base. 

A algum tempo, a discussão em conferências era de como o Futebol Feminino poderia se adaptar para ser mais atrativo e ter mais incentivos. Eu não vejo significado para esse debate. O grande desafio é: Como fazer do Futebol Feminino um novo produto. Porque o futebol é um produto. É como se você tivesse nas mãos a Coca-Cola. Alto rendimento de receita, identidade consolidada. Aí, você tem uma evolução no ramo específico de refrigerantes light e lança a Coca-Cola Zero. Um ponto de interrogação surge, mas você não pode se esquecer de que lá traz a marca já era consolidada.

Com o Futebol Feminino é parecido. O futebol é paixão no mundo todo, e no feminino não pode ser diferente. Então o que falta para os clubes aderirem esse projeto e começar a ter receitas com isso?

Meu amigo, você não sabe do que uma mulher é capaz.

Não vou aqui especificar medidas a serem feitas, mas é importante tratar o Futebol Feminino como o Masculino em suas devidas proporções. Trabalhar a categoria de base feminina é o começo disso. Como tudo na vida começa por uma boa base, esse trabalho de revitalização é preciso ter planejamento e uma boa gestão para coloca-lo em prática. Não temos que comparar as duas modalidades, temos que adequá-las. 

Em nível de base ainda falta muita coisa. Em São Paulo, o Centro Olímpico da prefeitura realiza peneiras todos os meses. O objetivo é formar atletas dos nove aos 17 anos. Claro que não é tão concorrido quanto no masculino, mas se o incentivo for dado a demais clubes, a abrangência será maior e mais garotas terão a oportunidade no futebol pelo país inteiro. 

Quando se trata de patrocínios é preciso expandir a mente de diretores, e principalmente, das empresas. Para um profissional de marketing, só simplesmente uma marca estampada na camisa, uma placa publicitária no campo, por tão importante que seja, não surte efeito na captação de patrocínios. É preciso explorar o universo feminino e buscar alternativas que surgem efeitos para determinadas marcas e aplica-las na proposta.

Um case que mostra a importância disso é da jogadora Marta, que no jogo entre Brasil e Itália, usou um batom da Avon que durou durante os 90 minutos da partida. Foram mídias espontâneas de todas as formas dando muito impacto a durabilidade e cor do batom utilizado pela jogadora. E o melhor, com o custo de apenas R$ 35 reais.

 

Por Raphael Dylan - Instagram: @raphaeldylan_