O método de ensino Problem-based learning (PBL) é empregado em diversas escolas médicas


Problem-based learning (PBL) é uma prática de aprendizagem que vem ganhando força em graduações médicas e cursos intensivos. Existem algumas variações dessa metodologia, mas, em geral, a abordagem inclui a apresentação de um problema para um grupo de alunos, que o discute em algumas sessões.


Um tutor ou facilitador orienta e oferece todo o suporte aos alunos. Além disso, a discussão é organizada a fim de que todos possam criar conceitos para explicar e solucionar o problema apresentado.


À medida que o aluno caminha para o limite de seus conhecimentos, ele é capaz de identificar possíveis problemas de aprendizado, principalmente por meio das questões não respondidas.


Nos intervalos das sessões de discussão em grupo, cada um dos alunos deve pesquisar sobre suas dificuldades e apresentar aos colegas os resultados encontrados.

Quando surgiu o método PBL?
Por incrível que pareça, o PBL não é algo inovador. Ele foi utilizado pela primeira vez em 1870, na Escola de Direito de Harvard, com o objetivo de gerar uma maior compreensão dos princípios das leis.


Contudo, foi em 1969 que o método de ensino foi introduzido nas escolas médicas dos Estados Unidos, do Canadá e da Holanda. Já no Brasil, o PBL foi aplicado pela primeira vez nos anos 90, na Universidade Estadual de Londrina (UEL) e na Faculdade de Medicina de Marília (FAMEMA).


Em todas as utilizações, a estratégia obteve resultados revolucionários. Dentre os principais benefícios proporcionados por ela, podemos destacar:


motivação maior do aluno;
incentivo ao senso crítico e à autoavaliação;
investigação científica, unindo prática e teoria.

Outra questão bem relevante é a transferência da responsabilidade do aprendizado para o aluno, que é obrigado a sair da inércia com o intuito de construir seu próprio conhecimento.

Qual é a participação dos professores no PBL?
De forma simples, os professores participam do PBL na figura de facilitador. A atuação deles e a natureza do problema são pontos cruciais para que a implementação do PBL seja bem-sucedida.


Isso porque o facilitador, ao invés de direcionar, oferece suporte, ou seja, cria questões para conseguir identificar os limites de conhecimento de cada aluno, estimula a participação ativa dos componentes do grupo e viabiliza estruturas para que sejam construídos modelos de conhecimento.

Os 7 passos do Problem-based learning (PBL)
Os chamados 7 passos do Problem-based learning são uma forma de facilitar o aprendizado com base na solução de problemas. Quando se tem uma tarefa, como aprender algo, saber como fazer isso é de grande utilidade. Por esse motivo, foi criada uma sistematização dividida em etapas. São elas:


ler o caso e esclarecer os termos mais complexos;
fazer uma lista dos problemas;
discutir os problemas (brainstorming — que, em tradução literal, significa chuva de ideias);
fazer um resumo;
desenvolver objetivos de aprendizado;
buscar informações;
retornar ao caso, fazer a integração das informações e procurar resolvê-lo.
Vantagens e desvantagens do PBL
Por fim, nada é perfeito e, embora seja um método de ensino excelente, com o PBL, isso não é diferente. Existem vantagens e desvantagens. Veja, a seguir, as principais.


Principais vantagens
Principais desvantagens

Mantém os alunos motivados e estimula a criatividade.
Alunos que possuem dificuldade de trabalhar em grupo podem demorar a se adaptar ou até mesmo não conseguir.
Proporciona um conhecimento em diferentes áreas médicas.
Como não há muitas provas, pode haver um relaxamento natural por parte do aluno.
Oferece ao aluno a possibilidade de vivenciar situações da área desde o início do curso.
O trabalho em equipe pode dificultar a avaliação individual do aluno.

Estimula o aprendizado em grupo.
Os alunos aprendem menos sobre o conceito clínico das matérias estudadas.

Induz os alunos a procurarem a solução dos problemas de diversas maneiras.
A timidez pode afetar o desempenho de alguns alunos e diminuir o seu desempenho nas avaliações em equipe.