Como elaborar perguntas do jeito certo?

A arte de conversar e ministrar palestras sobre diversos assuntos esbarra na necessidade de saber perguntar. Acredite, muita gente não sabe, inclusive jornalistas. Aprenda aqui com a gente e pratique!

Fazer perguntas é uma delícia e faz parte do hábito gostoso de conversar com as pessoas. Sabe aquela conversa bem pertinho, que às vezes a gente não quer que acabe nunca? Não!? Então, feche um pouco o WhatsApp e veja como isso é bom!

Ocorre que, somente através da conversa é que o ser humano aprende um com o outro e aprende a conhecer melhor as pessoas em sua volta. 

Ao contratar palestra motivacional, por exemplo, os assuntos são inúmeros de interesse do público. Durante o evento, são tantas as dúvidas que surgem, mas quando não se sabe como conversar, as perguntas se perdem nos pensamentos. 

Uma paquera que seja tão boa de ficar horas com quem se gosta, como fazer para aquele papo render assunto? Sabendo perguntar, é claro! A base de toda conversa ou palestra é “pergunta e resposta”. 

Para se ter uma ideia, existem profissionais da comunicação que não sabem como estruturar uma pergunta. Ao entrevistar alguém, fazem perguntas “quilométricas”, que cansam quem assiste ou escuta a entrevista. 

Pior: Abrem brecha para que o entrevistado fuja da pergunta ou responda apenas o que entendeu.

Saber se comunicar com o próximo é gostoso, porque nos permite ampliar o nosso próprio mundo, mas para conversar, conhecer pessoas, participar de palestras e outros - e até mesmo entrevistar alguém, é preciso saber perguntar. 

Vamos aprender?

Regra básica: Prestar atenção nos assuntos
Para conversar com alguém ou mesmo participar de uma palestra, é necessário concentrar-se no conteúdo que esta pessoa promove ou gosta de falar.

Uma palestra sobre economia, por exemplo, por mais que não se entenda nada sobre a área, pode ser uma ótima oportunidade de aprendizado. O palestrante ministrará o tema e logo em seguida, abrirá espaço para perguntas. 

Quando se foca no conteúdo da palestra, é possível sentir as dúvidas que surgem à medida que os assuntos são abordados. Anote-as.

Como expor estas dúvidas sem passar vergonha?
Existem pessoas que não perguntam com medo de passar vergonha e as que perguntam de forma errada, preocupadas em aparentar amplo entendimento do assunto, para causarem boa impressão. 
No primeiro caso, o medo de passar vergonha atrapalha muitas vezes a compreensão de quem quer saber mais e por isso, não pergunta. Muitas vezes, é uma ótima pergunta, que cabe direitinho na palestra ou conversa, mas não sai!

Como enfrentar esse medo? 

Primeiro, entendendo que o maior medo do palestrante, é que ninguém lhe pergunte nada, por achar seu assunto desinteressante ou mesmo chato. E todo mundo gosta de ser interessante aos olhos dos outros.

Por isso, perguntar não ofende, desde que se tenha respeito. O profissional quer que lhe façam perguntas, desde que pertinentes ao que ele fala. 

No segundo caso, é preciso entender que o entrevistado é o foco da entrevista, não o entrevistador. Não queira exibir domínio sobre o assunto, porque o exibicionismo atrapalha e impede que respostas valiosas sejam dadas. 

É aí que muito jornalista se equivoca, na intenção de mostrar que sabe demais de um assunto. Fazendo perguntas quilométricas, ganha respostas curtas, diretas e às vezes sem sentido. 

Perguntas estruturadas e Perguntas não estruturadas

Fazer perguntas é simples. Existem as perguntas estruturadas e as perguntas não estruturadas.

As perguntas estruturadas são feitas de forma fechada, com foco apenas num ponto do assunto e exigem uma resposta mais direta. Por exemplo: 

“Ministro, a partir de quando a nova lei tributária entrará em vigor no país?”.

“Governador, existe previsão de retomada para as obras do metrô que estão paradas? O senhor as concluirá?”

“Notei que você comeu pouco na festa, não gostou da comida?”

“Já te vi aqui no bar outro dia, mora aqui perto?” 

Repare como são bem direcionadas, focadas de forma que a pessoa responde apenas se vai ou não, se gosta ou não, sem brechas para quaisquer dúvidas.

Já as perguntas não estruturadas, são mais abrangentes e possibilitam ao entrevistado falar mais a respeito. A conversa toma novos rumos.

São empregadas, por exemplo, quando os entrevistados ou as pessoas que desejamos conhecer melhor são mais reservadas. Veja outros exemplos:  

“Por que não me conta do que mais gosta nessa balada? É perto de onde você mora?”

“Ministro, porque no auge da crise econômica, o governo anuncia aumento da carga tributária?”

As perguntas dão vida à uma conversa ou entrevista, ditam ritmo e tornam o bate-papo mais gostoso. 

Pratique em sua casa, no almoço, no jantar, nos estudos e veja como sua relação com o mundo ficará bem melhor.