Sexo sem segurança: Patos de Minas tem 70 novos casos de AIDS em apenas 9 meses

Os mais afetados são jovens menores de 35 anos e, em sua maioria, do sexo masculino.

Prédio do antigo Centro Hiperdia. ( Foto: Arquivo Patos Hoje )

O número crescente de novos casos de AIDS e outras doenças sexualmente transmissíveis em Patos de Minas é de causar espanto. Em apenas 9 meses deste ano, foram registrados 70 novos casos da doença que, até o momento, não tem cura. Os mais afetados são jovens menores de 35 anos e, em sua maioria, do sexo masculino.

As informações são da Coordenadora Municipal do Programa de DSTs, AIDS e Hepatites Virais Crônicas, Clérida Ávila de Queiroz. Ela informou que, quando começou a trabalhar no Centro Estadual de Atenção Especializada, Antigo Hiperdia, a média de casos de AIDS em Patos de Minas girava em torno de 40 a 45 registros anuais.

No entanto, muitas pessoas parecem ter se esquecido da gravidade das doenças relacionadas ao ato sexual. No ano passado, já foram 96 casos de AIDS. E até o mês de setembro de 2016, já foram registrados na cidade 70 casos, podendo superar o número alarmante de 2015. “Nós consideramos este número muito alto”, ressaltou a coordenadora.

E não são só casos de AIDS. Segundo Clérida, 85% dos atendimentos de pessoas infectadas com alguma doença sexualmente transmissível em Patos de Minas são casos de HPV, ou seja, verrugas nas partes íntimas. Para esta doença, já existe a vacina e o tratamento é feito principalmente com cauterização das verrugas.

A coordenadora esclareceu que o aumento deste tipo de paciente acontece principalmente pela falta do uso do preservativo. Ela também ressaltou que acontece geralmente quando as pessoas estão sob influência de drogas lícitas ou ilícitas.  E ela fez um alerta para quem pensa que as doenças se restringem a pessoas de classes sociais mais baixas. “Não existe classe social”, disse.

Com relação ao controle da AIDS, Clérida informou que a partir do momento que foi diagnosticada a doença, o paciente já começa o tratamento. “Hoje em dia, o portador do vírus HIV recebe um medicamento que contempla as três medicações. Há medicamentos que custam até R$5mil. No entanto, todo o custo sai por conta do poder público”, contou.

O Centro Estadual de Atenção Especializada fica na Rua Doutor Noé Ferreira, 121, Bairro Bela Vista. Os exames de sangue para se diagnosticar a AIDS acontecem às quartas-feiras. As pessoas devem chegar antes das 8h00. Além de AIDS e HPV, o programa também atende casos de sífilis, gonorreia e Hepatite “B”, e “C”. Ela alertou as pessoas a continuarem usando preservativo.

Autor: Farley Rocha

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