Sem acesso a clínicas, mães pedem a prisão de filhos viciados em crack

O Presídio Sebastião Satiro tem sido o último recurso de algumas mães de Patos de Minas que têm os filhos dependentes do crack.


A mãe, que não quis se identificar, procurou a Polícia esta semana para se livrar da ameaça do filho.

O Presídio Sebastião Satiro tem sido o último recurso de algumas mães de Patos de Minas que têm os filhos dependentes do crack. Ameaçadas dentro da própria casa, elas não veem outra alternativa senão pedir a ajuda da Polícia. A cidade não dispõe de uma clínica de recuperação para dependentes químicos e o problema se agrava a cada dia.

A mãe, que não quis se identificar, procurou a Polícia esta semana para se livrar da ameaça do filho. Depois de passar a noite usando crack, o jovem chegou em casa querendo mais dinheiro. “Eu dei uma pulseira e um pouco de dinheiro, mas ele queria mais. Eu não deixei que ele entrasse no quarto da minha outra filha e ele ameaçou por fogo em tudo com a gente dentro”, explicou.

“Não existe dor maior que denunciar o próprio filho, mas não teve outro jeito”, disse a mãe. Ela informou que o dependente quando está sentindo falta da droga é capaz de qualquer coisa e pode inclusive matar. Preocupada se teria o perdão do filho por ter pedido a sua prisão, a mulher disse que não vai desistir do filho e vai continuar lutando contra as drogas.

E ela não está sozinha. De acordo com a Delegada Tatiana Carvalho, só nestes primeiros dias de 2011, seis mães foram até a Delegacia de Mulheres denunciar os próprios filhos. Pode parecer pouco, mas isto representa quase metade de todos os casos de ameaça e agressão que chegaram à Delegacia de Mulheres este ano. “Isso sem contar as mães que fazem apenas o boletim de ocorrência, mas que não representam depois, esse número é muito maior”, explicou.


Tatiana Carvalho - Delegada de mulheres

De acordo com a delegada de mulheres, a denúncia contra o filho ajuda, mas não é a solução. Tatiana Carvalho explicou que nestes casos o agressor é preso e não fica mais do que 10 dias recolhido. Em alguns casos, o tempo é suficiente para o dependente fazer uma reflexão, mas que, muitas vezes, a volta para casa é cheia de magoa e a situação fica ainda pior.

Segundo a delegada, já passou da hora de Patos de Minas ter uma clínica para internação de dependentes de crack. “Esta seria a melhor alternativa para livrar as mães da ameaça dos próprios filhos dependentes do crack”, concluiu. A mãe que denunciou o próprio filho esta semana, também fez um apelo as autoridades para construírem a clínica para a recuperação de dependentes.

Autor: Maurício Rocha

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