Secretário depõe e Câmara instaura CPI para apurar desvios no CEASA
O responsável pela agricultura do município disse que o prejuízo pode ser maior do que o que foi anunciado.
Depois do conhecimento dos vereadores sobre os desvios de recursos, Francisco Mendonça foi convocado pela Câmara Municipal para prestar esclarecimentos e deu seu depoimento. Ele se isentou da culpa pelo desvio dizendo que Edgar Pinheiro, o diretor que teria confessado a fraude, gozava de plena confiança e que tal funcionário era o responsável pelo depósito do dinheiro arrecadado no Ceasa.
O vereador Batista Miúdo fez seus questionamentos e perguntou ao secretário se o dinheiro desviado vai ser devolvido. O secretário não soube responder. Isaías Martins ponderou se houve em algum momento desconfiança por parte dele. O secretário contou que o servidor foi nomeado pela Prefeita Béia Savassi e exercia um cargo de confiança não gerando qualquer suspeita.
O parlamentar Sílvio Gomes de Deus questionou porque a fraude não foi descoberta antes e porque não houve resposta ao requerimento dos vereadores que pediram prestação de contas no mês de novembro do ano passado e até agora não teve resposta. O secretário informou que não tinha como saber do desvio, pois Edgar era o responsável pelo depósito.
O vereador Itamar fez seu questionamento dizendo que o problema pode ter acontecido muito antes. Segundo ele, o desvio pode ter começado em março de 2010. O responsável pela agricultura do município disse que realmente o prejuízo pode ser maior do que o que foi anunciado e assumiu que o desvio só foi descoberto por causa do requerimento dos vereadores.
Dalva Mota leu a resposta de outro requerimento feito ao secretário em que as informações davam conta de que Francisco Mendonça sempre controlava de forma rigorosa o que estava sob sua competência. Ela questionou a facilidade com que foram desviados os recursos e afirmou que faltou controle. Ela ainda questionou sobre outros problemas existentes na Ceasa.
O vereador João Bosco não concordou com a convocação do secretário para prestar esclarecimentos e lançou a ideia da instauração da CPI para apurar o que realmente aconteceu. Ele também contou que, pelos números apresentados no portal da transparência, algum problema já podia ter sido notado pela controladoria do município e pela tesouraria.
A vereadora Edimê falou que é um caso de polícia e que a reunião com o secretário não seria oportuna já que houve confissão de Edgar Pinheiro. O parlamentar, Pedro Lucas, questionou a credibilidade da comissão montada pela administração para apurar os fatos. Ele pediu o desligamento de alguns membros dessa comissão montada para apurar os fatos na esfera administrativa.
Por fim, a vereadora Dalva Mota que já tinha se manifestado junto com o vereador João Bosco em favor da CPI, receberam o apoio de Pedro Lucas e do vereador Sílvio Gomes de Deus, instaurando a CPI em Patos de Minas.
O dispositivo que serve para o legislativo apurar suposta irregularidade é pouco comum na cidade. A última CPI foi instaurada no ano de 2001para apurar irregularidades em convênio, malversação de recursos da Zona Azul, dilapidação do patrimônio e recursos da Secretaria de Trabalho e Assitência Social, ocorridos no ano de 1998.
Autor: Farley Rocha