Poder público ignora justiça e deixa garota que precisa urgente de tratamento em sérios riscos
Mesmo com a fixação de multa pela justiça, a jovem continua sem receber os insumos que precisa.
Para uma jovem de 18 anos em Patos de Minas com um grave problema no sistema urinário não bastou ganhar na justiça o direito ao tratamento de saúde. Mesmo com a decisão da Justiça Federal, a paciente continua sem receber os insumos que necessita para sobreviver. A mãe da jovem falou sobre o sofrimento que vem passando para cuidar da filha.
A mãe da jovem, Andreia Pereira de Souza Vitta, falou sobre todos os problemas que vêm enfrentando. A filha nasceu sem a bexiga e teve que passar por uma cirurgia em São Paulo. O órgão precisou ser refeito, mas não funciona como de uma pessoa em boas condições de saúde. Ela não expele a urina, obrigando que isso seja feito rotineiramente de forma manual.
Para fazer as dolorosas sessões de retirada da urina, a jovem precisa mensalmente de 150 unidades de sonda uretral, 15 pacotes de gazes estéreis, 150 seringas, 8 unidades de micropore, 6 frascos de soro fisiológico e duas unidades de lidocaína em gel. E foram estes insumos determinados pela justiça que a garota tanto precisa que estão sendo negados.
A primeira decisão saiu em novembro do ano passado quando o Juiz da 1ª Vara da Justiça Federal, Heleno Bicalho, deferiu o pedido liminar. A decisão foi descumprida e em fevereiro deste ano foi preciso que o magistrado voltasse a determinar a oferta dos insumos e agora estipulando multa diária de R$500,00. A última decisão, também favorável à jovem, saiu no dia 11 deste mês.
Parece mentira, mas é verdade. Mesmo com a fixação de multa, a jovem continua sem receber todos os insumos que precisa. Andreia contou que vem recebendo apenas as fraldas e alguns outros insumos e ainda de forma esporádica. Ela contou que já tentou de tudo e não sabe mais o que fazer. “Já tive que ir até São Paulo pegando dinheiro emprestado para fazer exames”, disse.
Ela reforçou o pedido dos insumos porque não têm condições de comprá-los e a filha precisa urgente do tratamento para continuar vivendo. A advogada, que foi nomeada de forma dativa pelo poder público e acompanha o caso, também salientou a necessidade dos insumos e destacou: “A família não tem condições de arcar com estes insumos”, disse.
A Assessoria de Comunicação da Prefeitura Municipal de Patos de Minas informou na tarde desta quarta-feira (30) que, "de acordo com informações da Secretaria Municipal de Saúde, alguns itens como sonda nº 10 e seringa 20 ml estavam em falta. Porém, o Município já os adquiriu e serão fornecidos juntamente com os demais insumos à paciente. É importante ressaltar que a medicação embora esteja sendo fornecida pelo Município, a paciente, desde que ingressou com a ação, sempre teve acesso garantido aos remédios na Superintendência Regional de Saúde (GRS)."
Reportagem atualizada às 16h52 desta quarta-feira (30)
Autor: Farley Rocha