PC deflagra Operação Casa de Papel e identifica líder que se denominava "professor" com máscaras da série em MG
O líder foi preso em Três Marias
A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) deflagrou nesta semana a primeira fase da operação Casa de Papel, para cumprimento de dez mandados de busca e apreensão em Belo Horizonte, Contagem, Pará de Minas e Três Marias. O objetivo da ação é recolher provas contra uma organização criminosa especializada em furto e roubo de veículos com atuação interestadual.
As investigações tiveram início há aproximadamente cinco meses e resultou na identificação de um complexo e altamente organizado esquema envolvendo subtração e adulteração de veículos, receptação, estelionato e lavagem de dinheiro. Desde o início das investigações, sete pessoas já foram presas, e a operação teve como finalidade angariar elementos de prova relacionados à forma de ação do grupo.
Conforme revela o delegado Leandro Macedo, titular da 5ª Delegacia Especializada em Investigação a Furto e Roubo de Veículos Automotores (Depifvra) – do Departamento Estadual de Investigação de Crimes de Trânsito (Deictran) – o grupo criminoso é composto por dez membros, nove deles já com passagens policiais pelos crimes de furto, roubo, receptação de veículos e homicídio, no caso de um investigado em particular. “Todos eles liderados pelo homem que se autodenominou ‘professor’, em referência à série televisiva. Ele se diz uma pessoa com inteligência acima da média e, conforme apuramos, está por trás de toda a organização”, informou o delegado.
Durante buscas na casa do líder do grupo, localizada em Três Marias, foram apreendidas máscaras similares às utilizadas no seriado, além de fotografias utilizando as mesmas. Segundo explica o delegado Leandro Macedo, ele possui gerentes responsáveis pelo furto ou roubo de veículos, para adulteração dos veículos, para distribuição dos mesmos e para a lavagem de dinheiro, por meio de laranjas, todos esses alvos da operação.
Até o momento, a PCMG já identificou 20 veículos furtados pelo grupo, a maioria caminhonetes de luxo, causando prejuízo estimado de R$ 4 milhões às vítimas. O chefe da Divisão Especializada em Prevenção e Investigação a Furto e Roubo de Veículos Automotores, delegado Domiciano Monteiro, pontua, contudo, que por meio da análise dos materiais apreendidos durante a operação Casa de Papel podem melhor determinar a extensão da atividade criminosa. “Sabemos que vários dos veículos adulterados eram vendidos tanto na Região Metropolitana quanto no interior do estado, onde eram remetidos para seis municípios principalmente, e até para outros estados, especialmente para o Espírito Santo”, observa o delegado.
Domiciano destaca ainda que a organização criminosa, centralizada em Minas Gerais, possui atuação também em outros estados da Federação, possuindo especialização de ponta na adulteração de veículos. “O que foi constatado a partir da apreensão de equipamentos utilizados para adulteração de centrais eletrônicas com valor total estimado em R$640 mil. Foram apreendidas ainda 45 dessas centrais eletrônicas que vinham de veículos provenientes de crimes”, finalizou.
Fonte: PCMG