Patos de Minas está na rota de aeronaves que foram abastecidas com combustível adulterado

Peças teriam sido danificadas nos sistemas de combustível.

Aeroporto de Patos de Minas.

Diversos relatos pelo país mostraram que aeronaves teriam sofrido danos devido ao abastecimento com AVGAS ou gasolina de avião, um combustível de alta octanagem usado em aeronaves com motor a pistão ou motor Wankel. Houve até queda de avião devido ao problema. Peças teriam sido danificadas nos sistemas de combustível.

Em Patos de Minas, pelo menos dois relatos foram enviados para a ANAC- Agência Nacional de Avião Civil- informando sobre problemas após o abastecimento. Pilotos e donos de aeronaves mostraram grande preocupação com a situação. No Brasil, foram 98 relatos, em 46 aeródromos distintos. Uma investigação está aberta para apurar o que vem acontecendo.

De acordo com as informações, a Petrobrás deixou de disponibilizar o combustível nacional após interrupção do funcionamento da Refinaria Presidente Bernardes, em Cubatão (SP), única a produzir gasolina de avião no país, e passou a importar o produto, que atualmente é fornecido por companhias estrangeiras.

O combustível é utilizado para abastecer 12 mil veículos de aviação executiva, que são responsáveis por deslocamentos particulares, mas também para o suporte às lavouras agrícolas no país, que tem a maior frota do mundo destinada a esse tipo de atividade, com 2.115 aviões.

Segundo a avaliação, existe a possibilidade de que uma variação da composição química ter causado a corrosão e derretimento de peças do sistema de combustível que afetaram a vedação dos tanques. A Associação de Pilotos e Proprietários de Aeronaves cobra que a Petrobrás torne públicos os resultados dos testes que tenham sido feitos nos últimos 120 dias e que se retomem os testes com produtos estocados nos principais pontos da cadeia de suprimentos que atende o país.

De acordo com a ANAC, desde o recebimento das primeiras denúncias, foi iniciado imediatamente um grupo de trabalho para acompanhamento da possível contaminação da gasolina de aviação (AVGAS). Como primeira medida, a ANAC comunicou a Agência Nacional de Petróleo (ANP) e ao Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (CENIPA), da Aeronáutica, além de solicitados os reportes dos operadores de aeronaves que identificaram problemas em suas aeronaves. Todo esse trabalho de mapeamento de riscos para a aviação geral vem sendo feito em estreita parceria com a Associação de Pilotos e Proprietários de Aeronaves (AOPA) e com outros grupos do setor ligados à segurança operacional.

A ANAC também aguarda os resultados da investigação da ANP e as ações das distribuidoras de combustível para identificação de causas e extensão da possível contaminação de alguns lotes de gasolina de aviação. Na última semana, técnicos da ANAC acompanharam a ANP nas coletas de amostras feitas em alguns aeroportos e a ANAC vem monitorando a pronta avaliação da situação pelas entidades do setor de combustível. Cabe ressaltar que a AVGAS só é utilizada em aeronaves da aviação geral de menor porte (mono ou bimotor), não afetando as aeronaves de maior porte que atendem voos regulares de passageiros. Atualmente, são cerca de 12 mil aeronaves com esse tipo de abastecimento.

Com as informações recebidas da comunidade aeronáutica, e após os resultados da avaliação que vem sendo feita pela ANP, a ANAC poderá recorrer a novas medidas cautelares e emergenciais, sempre em prol da segurança do setor. Neste momento, é necessária extrema cautela de cada operador e a Agência está mobilizada em torno da questão para apoiar os operadores de aeronaves e aeroportos.

Nos últimos dias foram emitidas diversas recomendações ao setor para que os riscos possam ser mitigados:
Recomendação de que operadores aeroportuários entrem em contato com seus fornecedores de AVGAS para mais informações e identificação do lote suspeito e, em caso de identificação positiva, suspendam imediatamente o uso.

Aos proprietários e operadores de aeronaves, a recomendação é para que façam antes de cada voo uma inspeção visual dos componentes e, caso identifiquem quaisquer indícios de corrosão ou ressecamento de componentes, não voem com aquela aeronave, relatem imediatamente à Agência e  procurem uma organização de manutenção de produto aeronáutico para que sejam tomadas as medidas preventivas ou corretivas adequadas. Acesse o formulário para reporte no endereço.

Ao receber esse tipo de caso, as oficinas de manutenção aeronáutica devem reportar tempestivamente ao Sistema de Dificuldade em Serviço (SDR) da ANAC.

Últimas Notícias

Aposentada invade apartamento de policial, se nega a sair e acaba presa por perseguição e vários outros crimes

Veja mais

Após denúncias, PM encontra drogas em terreno e leva dono de tabacaria para a delegacia

Veja mais

Em ataque sangrento, pitbulls matam cão em Carmo do Paranaíba; imagens fortes

Veja mais

Caminhoneiro reclama de tapa-buracos na BR 365; rodovia deverá ser recapeada no trecho

Veja mais

Veículo capota várias vezes na avenida Fátima Porto e deixa motorista ferida

Veja mais

Moradores ficam sem energia após caminhão danificar fiação no condomínio Moradas

Veja mais