Patos de Minas é a cidade polo com pior índice de leitura do estado, aponta pesquisa

Entre as cidades mineiras com maior indicador de leitura estão Poços de Caldas, no Sul de Minas, e Juiz de Fora, na Zona da Mata.

A Câmara Mineira do Livro (CML) apresentou na última quarta-feira (19) durante a 4ª edição da Bienal do Livro de Minas, uma pesquisa inédita e minuciosa sobre o hábito da leitura entre os mineiros. Entre os dados apurados está o índice de leitura em Minas Gerais, que é de 3,2 livros nos últimos três meses, superando o percentual brasileiro, equivalente a 2,8 livros no período.

A pesquisa apresentada no evento usou como base os hábitos de leitura detectados em Belo Horizonte e em oito cidades polo e teve como objetivo compreender a prática da leitura dos mineiros não só do ponto de vista dos leitores. Entre as cidades mineiras com maior indicador de leitura estão Poços de Caldas, no Sul de Minas, e Juiz de Fora, na Zona da Mata. Patos de Minas foi à cidade com o menor desempenho.

O diretor da CML, Zulmar Wernke, informa que a análise foi baseada em qualquer tipo de leitura, inclusive internet, jornais e revistas. “Os jornais tiveram o melhor índice de leitura. Agora, sob o ponto de vista da dicotomia entre o que é eletrônico ou o que é impresso, nós percebemos na pesquisa que as pessoas que diziam ler livros digitais ( e-books ) ou outro conteúdo eletrônico de internet, também liam livros e outras publicações impressas. Se olharmos o nível de leitura, 70% dela ainda é impressa. Porém, esse dado é pouco relevante quanto a que formato se lê, o fato de lê é mais interessante para nós”.

Wernke comenta também a pesquisa serviu para detectar quais são as razões que motivam uma região a ter um percental melhor de leitura do que outras. “O ponto central do estudo e o que mais nos interessa é avaliar o que se faz em regiões que têm melhor índice de leitura e o que se está deixando de fazer nas que demonstraram um número menor. Quais ideias funcionam mais e uma coisa que aparenta, e é meio óbvia, é a influência do nível de educação. Onde há mais universidades, melhor nível de educação e índice de leitura. O nível também aumenta onde se tem mais livrarias. Outro fato é que onde há mais festivais literários, que não dependem inicialmente da iniciativa ou da demanda da população, há também um crescimento no hábito de ler. Nesses lugares onde o indicador de leitura é melhor há festivais literários com mais frequência. Isso se dá em Belo Horizonte, Poços de Caldas, Juiz de Fora. Se você pegar Patos de Minas, que tem o pior índice de leitura, não tem nada. Não há uma fruição para os festivais, feiras, que faça com que o livro apareça na mídia, como um objeto de desejo e consumo”.

Bienal 2014

Um fator que pode corroborar com a pesquisa é a maior participação da população brasileira em festivais e feiras de livros. A Bienal do Livro de Minas deste ano bateu recorde de público: mais de 260 mil pessoas estiveram presentes no evento.

O diretor da CML explica que o potencial de consumo está um pouco melhor do que anos anteriores. “Em termos de população de maneira geral, as pessoas têm consumido melhor e o livro entrou nessa linha. Se havia alguma dúvida quanto ao mercado e o desejo das pessoas, ela foi respondida recentemente de forma positiva. A bienal de Minas foi um sucesso absoluto, superando todos os números anteriores. Isso mostra que o formato é muito adequado”.

Wernke relata que a grande surpresa da pesquisa foi o crescimento da participação dos adolescentes nesses percentuais. “A leitura juvenil é a que tem mostrado a maior curva de crescimento. Quem foi na bienal esse ano, percebeu que os momentos mais altos foram os que tiveram escritores para adolescentes: Bruna Vieira, Paula Pimenta, Thalita Rebouças. Isto naturalmente não surgiu por acaso. Veio de uma construção de programas de leitura que fizeram com que nós colhêssemos bons frutos”.

Incentivo a leitura

Um grupo de estudantes de pós-graduação de Belo Horizonte iniciou recentemente um projeto para impulsionar os bons hábitos de leitura dos mineiros: o Leia Mais BH. “A ideia surgiu da percepção de uma tendência global de economia compartilhada. O projeto tem o intuito de motivar os belo-horizontinos a compartilhar livros em desuso, consequentemente promovendo o acesso à leitura em uma escala muito mais abrangente. A leitura, seja ela por prazer, para estudar ou se informar, é importante porque você desenvolve a sua imaginação, aumenta o seu vocabulário, consequentemente, melhora sua escrita e fala, eleva sua compreensão geral das coisas e ainda aprende lições valiosas”, afirma a estudante e uma dos integrantes do grupo desenvolvedor do projeto, Luiza Rodrigues.

Leitora frequente, ela comenta que chega a ler 12 livros por ano. “Me considero uma leitora assídua, tenho verdadeira paixão por livros desde pequena! Faço uma brincadeira comigo mesma de ler pelo menos um por mês”, finaliza.

Fonte: Edição do Brasil

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