Pai acorrenta o próprio filho para que ele não seja morto pelo crack
Sem condições financeiras, o pai não viu outra alternativa, senão acorrentar o próprio filho e deixar ele preso dentro de casa.
A imagem chocante parece da época da escravidão, mas a corrente foi a única ferramenta encontrada por um patense desesperado para evitar que o filho morra ou seja assassinado no submundo das drogas. O jovem é totalmente dependente do crack e está ameaçado de morte pelos traficantes. Sem condições financeiras, o pai não viu outra alternativa, senão acorrentar o próprio filho e deixar ele preso dentro de casa.
Alisson tem só 20 anos, mas já é um veterano no mundo das drogas. Ele tinha acabado de deixar a infância quando conheceu o crack. Não parou mais. Já se vão sete anos de um sofrimento que atinge a família inteira. O pai disse que já sofreu inúmeras ameaças de traficantes por ir buscar os objetos que o filho tirava de dentro de casa para trocar por droga. O irmão fez inimizades com gente perigosa para defender o rapaz.
Mas se os últimos anos foram ruins para esta família, 2011 começou muito pior. No meio de uma discussão por causa de drogas, Alisson levou uma facada no peito e ficou muito próximo da morte. Não demorou 10 dias e o jovem já estava de novo usando crack. Na semana passada, ele foi brutalmente agredido pelos traficantes e mais uma vez ficou entre a vida e a morte.
Com medo do pior, pai e filho decidiram adotar uma medida extrema. Aliás, foi o próprio Alisson que pediu ao pai para que o acorrentasse dentro de casa. O jovem esclarece que, sem ajuda, não consegue ficar sem droga. O senhor José Maria disse que os primeiros dias foram de puro sofrimento. Ver o filho chorando e se contorcendo pelo crack foi doído demais.
O senhor José Maria passa 24 horas vigiando o filho. A chave do cadeado está sempre pendurada ao pescoço. Mas o aposentado sabe que esta situação não pode durar por muito tempo. Ele teme até mesmo ser denunciado por maus tratos. A atitude foi comunicada aos vizinhos que também ajudam para evitar problemas.
Ganhando apenas um salário mínimo da aposentadoria, o senhor José Maria quer a ajuda das autoridades para conseguir um tratamento para o filho. As pessoas que puderem ajudar o senhor José Maria podem encontrá-lo na rua Guajajaras, ao lado do número 690 no bairro Caramuru.
Autor:
Maurício Rocha