Obra da escritora patense Maria Esther Maciel revela conexão entre a natureza e a literatura fantástica
Com 112 páginas, a obra foi lançada recentemente pela Editora Todavia e conta com ilustrações da artista plástica mineira Julia Panadés.
O livro da escritora Maria Esther Maciel "Pequena Enciclopédia de Seres Comuns" mostra como a natureza pode se interagir com a literatura fantástica. Com 112 páginas, a obra foi lançada recentemente pela Editora Todavia e conta com ilustrações da artista plástica mineira Julia Panadés.
O novo livro de Esther interage entre a ciência (botânica e zoologia) e a literatura (imaginação e fantasia). Inspirado nas fábulas de seres fantásticos que povoam a literatura universal, o livro é uma viagem de jornada com um tratado entre os seres comuns da natureza. Num misto de literatura fantástica com ecologia, botânica e zoologia, embaralhando referências humanas e não humanas em animais, aves, insetos, peixes e plantas. "A existência de tantos nomes próprios convertidos em nomes comuns de bichos e plantas tem a ver com o imaginário popular", revela a escritora patense que se diz apaixonada também pela botânica, resolveu misturar parte da ciência ao amor pela literatura.
O pequeno universo enciclopédico de Maria Esther Maciel fez com que renascessem na memória as marias, os joões e as viuvinhas, em um mundo delicado e imaginário da escritora. Existem as Marias. Maria-farinha. Maria-fedida. Maria-barulhenta. Maria-seca. Maria-dormideira. Maria-cabeçuda e Maria-boba. Existem também os Joões. João-grilo. João-torresmo. João-de-pau. João-doidão. João-cachaça. João-pobre e João-baiano. Também há os híbridos, como a Cobra-papagaio. Peixe-joaninha. Formiga-leão. Orquídea-macaco. Grilo-toupeira e Bagre-sapo.
São muitas personagens antes de o leitor chegar a tantas Marias e muitos Joões durante a viagem literária. Segundo ela, o livro começou com uma pesquisa acadêmica sobre plantas e animais dentro da literatura. Há alguns anos houve pesquisas no campo zoológico de todas as épocas, inclusive o tempo medieval, reunindo publicações de história natural e manuais de herbários e zoologia fantástica.
Conforme relatos da escritora mineira, a seção de seres híbridos da Pequena Enciclopédia foi organizada de acordo com os nomes comuns de plantas e animais já conhecidos e catalogados. Com isso, Maria Esther dá vida, forma, cor, comportamento e personalidades a esses seres. Todos eles acompanhados de seus nomes científicos ou inventados, incluindo o guloso peixe-banana que surgiu na literatura graças a um conto do escritor norte-americano Salinger.
Segundo a crítica literária: "Trata-se de uma enciclopédia idiossincrática e calcada numa integração única de observação poética e imaginação luxuriante, a autora faz uma mistura, com ironia e criatividade, da pesquisa com o comentário apócrifo, a criação literária com o pastiche da escrita científica. Uma mistura, em igual medida, de poesia e biologia".
Nascida em Patos de Minas, reside em Belo Horizonte, Maria Esther Maciel é poeta, ensaísta e ficcionista. Professora colaboradora da Unicamp e pesquisadora do CNPq. Professora de Literatura na Universidade Federal de Minas Gerais e autora de dezenas de livros, entre eles: "O Livro de Zenóbia" (2004), "O Livro dos Nomes" (2008), "Literatura e Animalidade" (2016) e "Longe, Aqui" (2020).
Para adquirir a obra ou o e-book, acesse o site da editora:
https://todavialivros.com.br/livros/pequena-enciclopedia-de-seres-comuns
Fonte: Civuca Costa