MP identifica organização criminosa e denuncia ex-prefeito, ex-presidente da Câmara e outros agentes de Paracatu

Forma apresentadas 4 denúncias

O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), por meio de atuação conjunta da Coordenadoria Regional do Patrimônio Público do Noroeste de Minas Gerais e da 3ª Promotoria de Justiça de Paracatu, ofereceu quatro denúncias contra integrantes de uma organização criminosa chefiada pelo ex-presidente da Câmara Municipal de Paracatu, com as participações do ex-prefeito e outros agentes, para a realização sucessiva de diversos crimes, tais como fraude à licitação, corrupção passiva, desvio de bens e verbas públicas, falsidade ideológica, lavagem de capitais e atos contrários à Administração Pública.

Entenda o caso

As investigações tiveram início após representação formulada ao Ministério Público por uma testemunha, noticiando a existência de uma organização criminosa que atuava na Câmara de Vereadores de Paracatu para fraudar licitações de publicidade e comunicação do Legislativo Municipal, com o objetivo de realizar promoção pessoal do presidente daquela casa, com a participação de assessores, empresários e vereadores.

Havia também suspeita de utilização do Instituto de Cidadania do Noroeste de Minas (Icinom), que foi idealizado e fundado pelo ex-presidente da Câmara Municipal, para fins particulares do político, que realizava obras na cidade, burlando o princípio da impessoalidade, legalidade e moralidade, evitando procedimentos licitatórios, principalmente em comunidades que ele tinha eleitorado.

Durante as investigações foram cumpridos diversos mandados de busca e apreensão nas residências dos denunciados, na Câmara Municipal de Paracatu e no escritório de uma empresa em Belo Horizonte, onde foram apreendidos diversos documentos contendo importantes informações para a investigação.

Também foi realizada a quebra de sigilo de dados de aparelhos eletrônicos apreendidos durante o cumprimento dos mandados, assim como a quebra de dados das mensagens de voz, texto, e-mail, imagens, vídeos e a extração de dados dos aparelhos apreendidos, tais como áudios, imagens, conversas do aplicativo WhatsApp e mensagens SMS, sendo tais diligências essenciais para propositura das ações penais.

Com isso, apurou-se que a atuação da organização criminosa ocorria da seguinte forma: o então presidente da Câmara utilizava sua influência política para direcionar, dissimuladamente, os valores da devolução do duodécimo para a Prefeitura Municipal, especificando em quais obras tal valor deveria ser gasto, sendo que em todas houve a participação do Icinom, cuja administração era composta por “laranjas”.

Assim, o parlamentar se aliou ao então prefeito do município com o fim específico de devolver da Câmara Municipal aos cofres públicos a quantia de aproximadamente R$ 1,2 milhão, que foi vinculada a diversas obras no município de Paracatu, entre elas, reforma de presídio, desassoreamento de açude e perfuração de poços artesianos, contrariando o entendimento de que não pode haver vinculação dos valores devolvidos pela Câmara Municipal para uma finalidade específica.

Conforme apurado, esse conchavo entre o prefeito e o então presidente da Câmara Municipal ocorreu em razão da troca de favorecimentos mútuos entre os denunciados, assim como benefícios políticos, para que o Poder Executivo não sofresse represálias do Poder Legislativo. As quatro denúncias oferecidas buscam a condenação pelos crimes de organização criminosa, dispensa e inexigibilidade indevida de licitação, corrupção passiva, desvio de bens e verbas públicas, falsidade ideológica, lavagem de capitais, e peculato.

Medidas cautelares de bloqueio de bens

O MPMG também já havia ajuizado três Ações Civis Públicas em decorrência de investigações relativas ao mesmo caso, envolvendo 19 pessoas, entre elas o ex-prefeito, o ex-presidente da Câmara e seus dois filhos, e o Icinom, criado para auxiliar nas ações fraudulentas da organização criminosa.

Em uma das ações foi determinada a indisponibilidade de bens do e ex-presidente da Câmara, de seus dois filhos, do Icinom, do prefeito e de mais 15 envolvidos, limitando-se a indisponibilidade ao valor de R$ 300 mil. Já em outra, foi determinado o bloqueio de 30% da remuneração a ser paga ao vereador e ao ex-prefeito, até o valor de R$ 300 mil, e, na terceira, a Justiça determinou liminarmente o bloqueio de R$ 3 milhões em bens dos investigados.

Fonte: Ascom MPMG


Últimas Notícias

Funcionária denuncia importunação sexual de cliente em farmácia em Patos de Minas

Veja mais

Furtos em hipermercados não param! Homem é preso ao colocar carne e chocolates dentro da calça

Veja mais

PM Rodoviária prende homem por tráfico de drogas em ônibus interestadual em Patos de Minas

Veja mais

Justiça determina duplicação imediata de trecho perigoso da BR-365 em MG

Veja mais

Anatel prevê cobertura total do 5G em Patos de Minas até 2027; área rural até 2028

Veja mais

Lotérica Silvano se destaca na Mega da Virada com 46 jogos de 20 dezenas — única da região com apostas nesse formato

Veja mais