Motoboy aguarda cirurgia há 15 dias em mais uma situação de desespero na saúde pública
Nesta segunda-feira (14), um jovem motoboy de 20 anos, com fratura no fêmur, disse que já aguarda por uma cirurgia há 15 dias.
A saúde pública na região de Patos de Minas entrou em cenário de caos. O Patos Hoje noticiou na semana passada que uma paciente com quadro de AVC chegou a ser retirada do Hospital Regional por não haver mais vaga. Nesta segunda-feira (14), um jovem motoboy de 20 anos, com fratura no fêmur, disse que já aguarda por uma cirurgia há 15 dias.
Wiliam Batista procurou o Patos Hoje e relatou todo o drama que vem enfrentando desde o dia 30 de maio. Ele contou que foi a passeio a Lagoa Formosa e acabou sofrendo um acidente de moto. Desde então, espera por uma vaga no Hospital Regional. Wiliam que está internado no Hospital Municipal de Lagoa Formosa contou que não consegue fazer nada, dependendo dos enfermeiros até para fazer as necessidades.
Ele trabalha como motoboy em uma lanchonete e em um açougue e também havia começado um lavajato em Patos de Minas, mas o acidente o fez desistir do negócio. “Eu não posso me mexer, estou tomando remédios para não ter trombose, mas a gente não consegue ficar todo tempo parado e, como há ponta de osso, posso até perder minha perna”, disse.
Ele destacou que faz 15 dias que espera uma vaga no Hospital Regional para fazer a cirurgia e a situação já está insuportável. “Minha família mora toda em Patos de Minas. Não tenho ninguém aqui. Preciso, pelo menos ser transferido”, ressaltou. Com perna bastante inchada, ele cobrou urgência no tratamento.
E a situação é mesmo desesperadora. O Patos Hoje recebeu informações que cerca de 80 pessoas esperam uma vaga no Hospital Regional e não há mais leitos para atender a população. A polêmica transferência da hemodiálise do Hospital São Lucas para a Clínica do Rim teria afetado a capacidade de atendimento na rede pública. O agravamento da Covid-19 é outro complicador. “Hoje estamos enfrentando um vazio assistencial”, disse um servidor. A população cobra que o governo estadual resolva esta situação.
O Patos Hoje entrou em contato com a Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig) e aguarda um posicionamento.