Morador patense de 108 anos impressiona pelo vigor físico e lucidez

A carteira do INANPS confirma a data de nascimento. Sebastião José Fernandes completou mesmo, no dia 04 de setembro, 108 anos.

A carteira do antigo INAMPS confirma a data de nascimento. Sebastião José Fernandes completou mesmo, no dia 04 de setembro, 108 anos de vida. Além da idade, do vigor físico e da lucidez, o que chama a atenção no aposentado é a simpatia, sem contar, é claro a sua história de vida. Duelos com onças, jacarés e outros bichos selvagens são comuns para este homem que passou a maior parte da vida na zona rural.

Com fortes dores no corpo, o senhor Sebastião não está conseguindo andar direito. Fruto de um forte resfriado que o acometeu pouco antes da nossa visita. Apesar da saúde um pouco debilitada, o aposentado faz questão de contar suas histórias e aventuras colecionadas ao longo de 108 anos. Assunto é o que não falta.

Começamos nossa conversa perguntando ao senhor Sebastião se tem algum segredo para viver tantos anos. Ele diz que não, mas que acredita ser de família. “A minha mãe com 110 anos, ainda fazia bordados em colchas”, afirma. “Ela deve ter morrido com uns 140 anos”, brinca. Na verdade existe um certo exagero dele. A mãe faleceu com 105 anos e o pai com 110 anos.

Chegar aos 108, para o senhor Sebastião não foi nenhum sacrifício. A vida dele é cheia de exageros. Ele está no terceiro casamento, teve cinco filhos e uma quantidade de netos, bisnetos, trinetos e tetranetos que já perdeu as contas. “Eu acho que tem mais de 100 pessoas da família espalhadas para todo lado”, esclarece.

Isso sem contar os cinco filhos da dona Maria Aparecida de Souza, sua terceira esposa, que também foi ele quem criou e educou. Aliás, essa é uma das ressalvas do senhor Sebastião. Ele não concorda com o modelo atual de criação, muitas vezes sem a participação dos pais. A dona Maria Aparecida confirma que o marido nunca levantou a mão para bater nos filhos, mas que só de olhar eles já sabiam o que ele queria.

Além do estilo de criação, o senhor Sebastião sente saudades do trabalho no campo. Ele diz que ainda tem vontade de plantar, colher, cuidar do gado, mas confessa que não tem mais o hábito de levantar cedo, junto com o sol, como era antigamente. “O sono da manhã é muito bom”, brinca o ancião.

Mas bom mesmo é ouvir as histórias do senhor Sebastião. A gente pode passar horas aprendendo sobre as viagens em carros de bois ou sobre os confrontos entre os homens e os animais que ocorreram no passado. Ele conta com naturalidade o trabalho para defender a boiada dos jacarés ou das onças no meio do mato. A carabina, segundo ele, era ferramenta indispensável.

Entre uma conversa e outra, o senhor Sebastião revela um hábito, que esse, ele não quer deixar de herança para ninguém. Ele pega o canivete, prepara a palha, corta o fumo e faz um caprichado cigarro de palha. Todo o processo é quase um ritual que se repete há 100 anos, desde quando ele tinha apenas 8 anos de idade. “Agente ascendia o cigarro de palha para espantar os mosquitos”, esclarece.

Mas o cigarro de palha é o que menos incomoda. Em casa, o senhor Sebastião é o centro das atenções. A todo instante ele recebe o carinho da esposa, das filhas e da neta Ana Paula. Em troca de toda esta dedicação elas esperam descobrir o segredo da longevidade.

A simpatia, a cultura e o apreço com que ele trata a vida impressionam. Senhor Sebastião é uma história viva da nossa cultura. Quem tiver a oportunidade de bater um papo com o centenário pode aprender muito. A longevidade do senhor que passou por tantas atribulações ao longo de todos esses anos mostra como levar uma vida de forma simples, sadia e duradoura.

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