Ministério Público pede afastamento do ministro do Meio Ambiente

O pedido é assinado por 12 procuradores da República

O Ministério Público Federal (MPF) propôs ação civil pública contra o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, por ato de improbidade administrativa e pediu seu afastamento do cargo em caráter liminar, informou nota da instituição publicada nesta segunda-feira.

Assinado por 12 procuradores da República, o pedido acusa o chefe da pasta de atuar de forma dolosa na desestruturação de políticas de proteção ao Meio Ambiente. Também aponta o esvaziamento de preceitos legais ao entender que houve intenção de favorecimento de interesses desconexos com os do ministério.

“É possível identificar, nas medidas adotadas, o alinhamento a um conjunto de atos que atendem, sem qualquer justificativa, a uma lógica totalmente contrária ao dever estatal de implementação dos direitos ambientais, o que se faz bastante explícito, por exemplo, na exoneração de servidores logo após uma fiscalização ambiental bem-sucedida em um dos pontos críticos do desmatamento na Amazônia Legal”, diz a ação judicial.

Segundo o MPF, Salles exonerou, em abril de 2020, três coordenadores da fiscalização ambiental do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) após ações de fiscalização nas terras indígenas na região de Altamira, ato considerado pelo MPF como uma “retaliação”.

Além do afastamento, a ação que tramita na 8ª Vara de Justiça Federal requer a condenação do ministro nas penas previstas pela lei de improbidade administrativa, que incluem a perda da função pública, suspensão dos direitos políticos, pagamento de multa e proibição de contratar com o poder público e de receber benefícios e incentivos fiscais ou creditícios.

Para os procuradores, o acusado manteve conduta intencional —em atos, omissões e discursos— e teria o objetivo de fragilizar a atuação estatal na proteção ao meio ambiente.

Em episódio recente, Salles gerou polêmica ao sugerir, em reunião ministerial fechada, que teve um vídeo posteriormente divulgado após decisão judicial, que o governo aproveitasse a epidemia do novo coronavírus como uma oportunidade para mudar a legislação ambiental para facilitar a exploração de terras sem chamar a atenção.

No vídeo da reunião de 22 de abril, o ministro diz que era preciso aproveitar “momento de tranquilidade”, com a imprensa concentrada na Covid-19, para “ir passando a boiada”, citando como exemplo mudança legal que permitiu o uso do Código Florestal para compensação de desmatamentos, em vez da Lei da Mata Atlântica, de 1993, flexibilizando as regras para o reconhecimento de áreas consideradas consolidadas.

Fonte: Reuters

Últimas Notícias

Funcionária denuncia importunação sexual de cliente em farmácia em Patos de Minas

Veja mais

Furtos em hipermercados não param! Homem é preso ao colocar carne e chocolates dentro da calça

Veja mais

PM Rodoviária prende homem por tráfico de drogas em ônibus interestadual em Patos de Minas

Veja mais

Justiça determina duplicação imediata de trecho perigoso da BR-365 em MG

Veja mais

Anatel prevê cobertura total do 5G em Patos de Minas até 2027; área rural até 2028

Veja mais

Lotérica Silvano se destaca na Mega da Virada com 46 jogos de 20 dezenas — única da região com apostas nesse formato

Veja mais