Mais de R$900 milhões em apostas em futebol apenas no primeiro semestre de 2025

O total ainda não inclui valores de Bahia, Mirassol e Santos, o que pode empurrar a conta para cima da barreira de R$1 bilhão antes de julho.

Em apenas meio ano, as casas de apostas já injetaram R$886,3 milhões nos cofres dos vinte clubes da Série A, segundo uma pesquisa divulgada em março. O total ainda não inclui valores de Bahia, Mirassol e Santos, o que pode empurrar a conta para cima da barreira de R$1 bilhão antes de julho.

A escalada foi vertiginosa. Em 2023, só 12 dos 20 times tinham uma bet no espaço máster da camisa (60%). Um ano depois, o índice subiu para 14 clubes (70%). Agora, em 2025, todas as equipes da elite exibem alguma marca do setor, e 18 estampam a parceira na região nobre do uniforme, uma presença equivalente a 90% dos másters do campeonato.

Está claro que o mercado de apostas conquistou mais do que apenas os apostadores brasileiros. As casas de apostas com bonus gratis tem muito a oferecer, indo além de mercados de apostas especializados e streaming de alta qualidade. E os clubes também estão aproveitando.

Top-5 contratos milionários e as disputas entre as casas

O dinheiro novo não está distribuído igualmente, cinco acordos concentram grande parte da bolada. O contrato firmado entre a Corinthians e a Esportes da Sorte em janeiro bateu a marca de R$309 milhões por três anos (R$103 mi/ano), maior cifra já assinada pelo clube paulista.

A substituta da Crefisa, a casa de apostas inglesa SportingBet, garantiu R$100 milhões fixos anuais, com bônus que podem elevar o pacote a R$170 milhões por temporada se metas esportivas forem cumpridas pelo Palmeiras.

Já o Rubro-Negro manterá a liderança em 2025 . São R$115 milhões este ano e um potencial de R$470 milhões no ciclo 2024-27, a maior soma do país, entre o Flamengo e a Pixbet. Já o Atlético-MG, que trocou a antiga parceira pela H2Bet, elevou a receita fixa para R$60 milhões por ano, colocando o Galo em novo patamar de arrecadação.

A dupla Gre-Nal virou a chave após 24 anos sem bets máster, no lado tricolor, o acordo garante R$50 milhões anuais até 2028, com possibilidade de bônus por performance nessa parceria Grêmio x Alfa.bet.

Fora do top-5, os acordos regionais também surfam nessa onda. A parceria da Bet7K com o Vitória, recém-promovido, é o maior patrocínio da história do clube e mostra como o fenômeno já penetra na Série B.

Para Thiago Freitas, COO da Roc Nation Sports Brazil, o mercado vive uma corrida feroz pela exposição no peito das camisas, o que inflaciona os valores e desloca antigos setores dominantes, como bancos, varejo e construtoras, para posições secundárias.

O apetite das marcas explica por que Corinthians e Palmeiras fecharam seus acordos antes mesmo da virada do ano, evitando leilões de última hora. Além da visibilidade nas transmissões, as casas investem em ativações digitais e ações in-stadium para converter torcedores em apostadores.

Portaria 615/2024: O inico do efeito dominó

A engrenagem jurídica que colocou o mercado de apostas brasileiro na mesma rotação dos patrocínios recordes começou a girar em 16 de abril de 2024, quando o Ministério da Fazenda publicou a Portaria Normativa SPA/MF nº 615.

O texto proibiu depósitos e saques em criptoativos, limitou os meios de pagamento a PIX, TED, cartões de débito ou pré-pagos e impôs reserva financeira mínima de R$5 milhões em títulos federais para cada operadora. E os prêmios precisam ser quitados em até duas horas após o encerramento do evento, direto na conta bancária cadastrada pelo apostador.

A portaria dialoga com a Lei 14.790/2023, que tornou obrigatória a obtenção de licença federal a partir de 1º de janeiro de 2025 e transferiu a fiscalização para a recém-criada Secretaria de Prêmios e Apostas (SPA). Esse arranjo regulatório faz com que cada camisa exibida na Série A funcione, na prática, como vitrine para plataformas que já passaram, ou ainda disputam, o crivo do Governo.

Com a exigência de selo federal, a SPA já liberou 35 licenças definitivas e 69 provisórias. O relatório do Brasil de Fato acrescenta que 101 empresas registraram 218 marcas que deverão operar exclusivamente sob domínio “.bet.br”.

Padrão esse criado para que o consumidor identifique a legalidade da casa. As marcas de apostas capitalizam a paixão nacional, mas há sinais de exaustão. Elas foram mpulsionadas por campanhas que se sobrepõem, mesma cor, mesmo layout, na televisão, nos aplicativos de streaming e no feed do torcedor.

Ao mesmo tempo, a procura por casas licenciadas dispara. O Sistema de Gestão de Apostas (Sigap), lançado em janeiro pelo Serpro, registrou 8,4 milhões de consultas de CPF nos primeiros quatro meses de operação, número 42% maior que o previsto pela Fazenda para todo o ano.

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